O Reino Unido e seus aliados concordaram em enviar mais ajuda militar à Ucrânia, a fim de se defender contra a invasão da Rússia, disse o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, na quinta-feira.
“Haverá mais ajuda militar para a Ucrânia após a reunião de hoje. Vários países tiveram novas ideias e, de fato, prometeram mais dinheiro para melhorar a defesa de Kiev”, disse Wallace a repórteres depois de receber mais de 35 parceiros internacionais na segunda Conferência Internacional de Doadores para a Defesa da Ucrânia (IDDCU).
A ajuda incluirá o fornecimento de sistemas de defesa aérea e costeira, capacidades de artilharia e contra-bateria de longo alcance, veículos blindados, bem como maior treinamento e apoio logístico.
“A conferência de doadores de hoje demonstra a determinação da comunidade internacional em apoiar a Ucrânia diante da invasão ilegal e não provocada do presidente Putin pelas forças russas”, disse Wallace em comunicado posterior.
“Estamos aumentando nossa coordenação para intensificar esse apoio militar e garantir que as Forças Armadas da Ucrânia sejam fortalecidas à medida que continuam a repelir as forças russas”.
Sanções contra “propagandistas do Kremlin”
Simultaneamente, o Governo britânico anunciou na quinta-feira 14 sanções contra “propagandistas do Kremlin”, incluindo o apresentador de televisão estatal russo Sergey Brilev, bem como o coronel general do Exército russo Mikhail Mizintsev, apelidado, segundo Londres, de “o açougueiro de Mariupol”.
A ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, disse em comunicado que as penalidades, que incluem o congelamento de bens e a proibição de entrada no Reino Unido, têm como alvo “propagandistas russos e meios de comunicação estatais que espalham mentiras e falsidades sobre a invasão ilegal da Ucrânia pelo (presidente russo Vladimir) Putin”.
A partir de agora, Brilev, um conhecido apresentador do grupo estatal de media Rossiya, que morava no Reino Unido, “não conseguirá aceder a nenhum dos seus bens” ou fazer negócios em território britânico, explica a nota.
As organizações estatais de mídia ibTV-Novosti, financiadas pelo Kremlin e proprietária da RT (antiga Russia Today), e Rossiya Segodnya, que controla a agência de notícias Sputnik, também são sancionadas.
Após a decisão do regulador britânico Ofcom de revogar a licença de radiodifusão da ibRT, essas sanções garantem que esta televisão “não possa operar novamente” no Reino Unido, e impedem que qualquer pessoa faça negócios com o canal e o Sputnik, de acordo com o ministério de Londres.
Outros “propagandistas” criminalizados hoje incluem Aleksandr Zharov, CEO da Gazprom-Media e ex-chefe do Serviço Federal de Supervisão de Comunicações e Mídia (Roskomnadzor); Alexey Nikolov, diretor-gerente da RT; e Anton Anisimov, diretor da Sputnik International Transmissão.
Quanto ao coronel general Mizintsev, Londres o sanciona como chefe do Comando de Defesa Nacional e Centro de Controle, onde todas as operações militares russas são planejadas e controladas.
De acordo com o Foreign Affairs, Mizintsev é conhecido por “usar táticas condenáveis, incluindo o bombardeio de alvos civis tanto em Aleppo (Síria) em 2015-16 quanto agora em (a cidade ucraniana de) Mariupol”.
Truss observa na nota que “a guerra de Putin contra a Ucrânia é baseada em uma torrente de mentiras” e observa que “este último lote de sanções atinge os propagandistas desavergonhados que espalham as notícias e narrativas falsas de Putin”.
O Reino Unido também finaliza sanções contra outros sete indivíduos ligados à Strategic Culture Foundation, que a Austrália já penalizou por seu papel na disseminação da desinformação.
Moscou chama a invasão que lançou em 24 de fevereiro de uma “operação militar especial”, com o objetivo de desmilitarizar e “desnazificar” seu vizinho, que a Ucrânia e o Ocidente descartaram como pretexto infundado para a guerra.
(Com informações da Reuters, EFE)
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