O coronel (r) Orlando Vivas foi admitido pelo JEP, indicado por ligações com grupos paramilitares

O oficial, que está detido na Facatativa, deve apresentar um plano que estabeleça suas contribuições à verdade para o esclarecimento dos fatos que o vinculam aos crimes no âmbito do conflito armado na Colômbia

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Ficou conhecido nesta quinta-feira, 31 de março, que a Câmara de Definição da Jurisdição Especial para a Paz (JEP) aceitou a submissão do Coronel (r) Orlando Vivas Muñoz, ex-Vice-Comandante da Polícia de Sucre, por suas supostas ligações com grupos paramilitares naquele departamento.

O primeiro a apontá-lo por ter relações com grupos ilegais foi Ángel Miguel Berrocal Doria, aliás 'Gocha', morto em novembro de 2021 e que durante seu tempo nas Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC) foi chefe urbano em Sucre.

Por ter aproveitado a Justiça e a Paz, Berrocal Doria foi libertado após pagar alguns anos de prisão e foi encontrado morto, com sinais de tortura e ferimentos à bala. No momento de sua morte, o exmobilizado estava envolvido em um processo com o Ministério Público, no qual colaborou na busca de possíveis vítimas do conflito armado, enterradas em valas comuns.

A decisão da justiça de transição, é conhecida depois que La W reproduziu extratos do documento oficial emitido. Neste pode-se ler que “o coronel Orlando Vivas, para o ano de 2003, foi o segundo comandante do distrito de Sincelejo. Naquela época, ele recebeu uma média de três milhões de pesos por mês, que Willer Cobo recebeu da AUC”.

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Em 21 de março de 2017, através do Boletim 19043, a Procuradoria Geral da República informou sobre a captura de Vivas Muñoz, desde então protegido por uma medida de seguro, pelo crime de um concerto de crime agravado, relacionado a grupos paramilitares em Sucre.

“De acordo com as evidências coletadas e os relatos de várias testemunhas, o então coronel forneceu armas e munições à AUC, limpou áreas para facilitar suas atividades e impediu a captura de seus membros, em troca dessa colaboração, ele recebeu um pagamento mensal de 3 milhões pesos”, diz o documento da entidade de pesquisa.

Outro que o acusou de ter ligações com a AUC foi o ex-governador de Sucre, Salvador Arana, em seu discurso no JEP em julho de 2021, afirmou que o coronel Norman León Arango, ex-comandante da Polícia de Sucre, foi um encobrimento para os paramilitares. Arana indicou que “realizou uma reunião com ele e com o coronel Orlando Vivas, segundo no comando, em uma van com Rodrigo Peluffo, aliás 'Cadena', ex-comandante do Bloco Norte da AUC.

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Na decisão do tribunal de paz, os magistrados ordenaram que o coronel (r) procedesse à assinatura do ato de submissão formal. Além disso, solicitaram ao centro de detenção onde ele está detido em Facatativá que informasse há quanto tempo ele está nessa condição. O ex-vice-comandante da Polícia de Sucre também deve apresentar dentro de vinte dias seu plano de contribuição para a verdade, no qual ele terá que se referir a quais questões do conflito ele ajudará a esclarecer, especialmente nas investigações contra ele.

“Note-se que uma narrativa que procure contribuir com a verdade contribuindo com o que já se sabe judicialmente é insuficiente, por isso é necessário que a proposta especifique a novidade da sua contribuição ou a intenção esclarecedora da mesma”, indica a determinação do PEC. Enquanto as vítimas diretas são identificadas e vinculadas ao processo, o Ministério Público assumirá sua defesa.

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