Uma incursão da Empresa de Serviços Públicos de Fusagasugá (Emserfusa), com o apoio da Secretaria de Governo do município, cortou o serviço de água no bairro de Monteverde, alegando que na área estão recolhendo água ilegalmente deixando mais de 70 famílias sem o serviço.
Mas essa história não começa com o desligamento da água. Tem sua gênese há dez anos, quando as licenças de construção e os serviços públicos foram suspensos devido a um alerta do risco de deslizamento de terra na área, como disse Edgar Muñoz, membro do Conselho de Ação Comunitária, à Rádio Caracol.
Diante disso, e desde o ano passado, de acordo com Muñoz, “alguns marcos foram colocados para determinar se houve movimento de massas; a última decisão garantiu que não se moveu um centímetro, mas eles continuam negando serviço. Agora, o Segundo Tribunal Municipal de Girardot ordenou que o município realizasse obras de mitigação na área e eles não cumpriram.”
Ele também alertou que durante anos eles fizeram pedidos orais e escritos à Emserfusa para pedir a viabilidade dos serviços de água e eletricidade. Uma vez que a comunidade viu esses canais esgotados, de acordo com Muñoz, três reuniões também foram realizadas no bairro com conselheiros, duas reuniões no gabinete do prefeito, duas reuniões com os gerentes do provedor de serviços públicos, duas reuniões no terreno do conselho e uma tutela sem aparente resultados.
É por isso que a comunidade pede ao gabinete do prefeito que se valha dos documentos emitidos pelo Escritório de Planejamento da administração anterior, bem como da Gestão de Riscos, nos quais dá a essas famílias luz verde para solicitar uma licença e os hidrômetros, já que suas casas não estão na zona de risco.
“Temos escrituras, os lotes estão legalizados, queremos que os contadores paguem o que precisamos”, disse Carlos Pérez, um dos afetados no bairro de Monteverde, ao norte de Fusagasugá.
Agora, com o desligamento dos serviços de água e eletricidade, várias dessas famílias estão sobrecarregadas pela incerteza porque não sabem o que fazer agora, porque as autoridades não lhes deram a promessa de uma solução.
Por sua vez, Jorge Sáenz, outro dos afetados, explicou que já tentou encontrar uma solução com as autoridades municipais: “Falei com a curadoria e eles me disseram que se o prefeito não emitisse um decreto não poderia nos dar nada, então os impostos são pagos, mas não temos o direito. A Personería lava as mãos e me diz que é com a Secretaria do Governo, lá me mandam para a polícia e lá me mandam de volta para a curadoria”.
Saenz também explicou que tem duas filhas pequenas e que seu trabalho não permite que ele pague por um vagão-tanque para resolver esse problema.
É importante salientar que, de acordo com a jurisprudência do Tribunal Constitucional, a água é um direito essencial e que “em nenhuma circunstância uma pessoa pode ser privada dela, pelo que as empresas devem garantir um mínimo vital de água diária”.
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