Identificou 8 das 11 pessoas que morreram na operação em Putumayo

Entre as vítimas estavam o governador indígena Pablo Panduro Coquinche, o presidente do Conselho de Ação Comunitária, Divier Hernández Rojas, sua esposa e um adolescente de 16 anos

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Foto de archivo. Soldados del Ejército Nacional de Colombia hacen guardia durante una operación de erradicación de cultivos de coca en Tarazá, en el departamento de Antioquia, Colombia, 10 de septiemre, 2019. REUTERS/Luis Jaime Acosta
Foto de archivo. Soldados del Ejército Nacional de Colombia hacen guardia durante una operación de erradicación de cultivos de coca en Tarazá, en el departamento de Antioquia, Colombia, 10 de septiemre, 2019. REUTERS/Luis Jaime Acosta

Autoridades de Putumayo informaram que oito das 11 pessoas que morreram na operação militar realizada pelo Exército Nacional em 28 de março foram identificadas. O evento foi apresentado como um suposto golpe contra dissidentes das FARC no município de Puerto Leguizamo; no entanto, várias organizações sociais e testemunhas afirmaram que foi um massacre sob a modalidade de falsos positivos.

A situação foi conhecida por meio de uma denúncia feita pela Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (OPIAC), que pediu ao Ministério da Defesa que “esclarecesse que as pessoas mortas não eram guerrilheiros, mas civis”.

O ministro da Defesa, Diego Molano, manteve-se em linha com a primeira declaração que deu aos meios de comunicação e assegurou que entre as 11 pessoas mortas estavam nove suspeitos de guerrilha que, alegadamente, tinham sido encontrados “arsenal de guerra”. Por sua vez, o funcionário do governo de Iván Duque disse que a “operação não foi contra camponeses, mas dissidentes das FARC. Não foi contra indígenas inocentes, mas narcococaleros”.

A Ouvidoria, por sua vez, acabou confirmando o que a OPIAC disse e anunciou que as vítimas incluiriam o presidente do Conselho de Ação Comunitária, Divier Hernández Rojas, sua esposa, um adolescente de 16 anos e o governador indígena Pablo Panduro Coquinche. Essa mesma informação foi confirmada por pesquisadores da organização não governamental Human Rights Watch.

A entidade do Ministério Público indicou que os civis devem ser deixados de fora de qualquer tipo de ação no contexto do conflito e que seu direito à vida deve ser sempre protegido. Além disso, ele pediu às autoridades judiciais que esclarecessem os fatos prontamente.

Da mesma forma, as contas do Executivo colombiano foram distorcidas por organizações de direitos humanos em Putumayo e na Colômbia. Até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) e sua representação no país emitiram pronunciamentos a esse respeito.

Por esse motivo, a Procuradoria Geral da Nação deu às Forças Militares até 1º de abril para esclarecer o que aconteceu em Puerto Leguizamo. Por sua vez, ele pediu uma cópia da ordem de operações que apoiava o desenvolvimento da ação militar e do relatório operacional após a operação ser realizada na aldeia El Remanso.

A situação atual em Puerto Leguizamo

O Secretário de Governo do Putumayo, Carlos Gerardo González, explicou ao El Espectador que a região tem um grave problema de tráfico de drogas e confirmou que 8 dos 11 falecidos já foram identificados.

“A custódia dos onze corpos foi antecipada para ser transferida para Puerto Asís e depois para Mocoa”, confirmou o secretário. González também destacou o acompanhamento psicossocial que está sendo realizado e o respectivo apoio funerário para as famílias das vítimas que já foram reconhecidas.

O funcionário comentou que instou o Ministério da Defesa e do Interior a estabelecer um conselho de segurança nacional. “Em Puerto Leguizamo já estamos coordenando com o departamento especializado em direitos humanos do Ministério Público uma equipe de mais de 18 técnicos que chegaram ao território, acompanhados por quatro procuradores especializados e que estarão na área nesta quinta ou sexta-feira”, disse González.

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