A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) convocou uma audiência aberta para decidir sobre o pedido de medidas provisórias “para garantir o direito de acesso à justiça para as vítimas dos casos Barrios Altos e La Cantuta”. A este respeito, o destino do ex-presidente Alberto Fujimori, que foi reintegrado pelo Tribunal Constitucional peruano, poderia ser discutido.
A sessão foi convocada para sexta-feira, 1º de abril, às 14h (horário peruano). Os representantes das vítimas desses dois casos, o Estado peruano e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, foram convocados.
Além disso, em 30 de março, a Corte Interamericana emitiu uma decisão sobre a possível libertação do ex-presidente e solicitou ao Governo peruano que não o fizesse até que a organização internacional decida sobre o pedido de medidas provisórias às vítimas. Isso depois que o Tribunal Constitucional do Perú publicou a resolução restabelecendo o perdão em favor do primeiro. presidente Alberto Fujimori Fujimori.
Anteriormente, a Comissão Interamericana já havia manifestado seu desacordo com a decisão do TC. Em 18 de março, em comunicado em sua conta no Twitter, ele disse que isso dificultava o cumprimento das obrigações de sua própria decisão.
“A CIDH manifesta profunda preocupação com a decisão do Tribunal Constitucional ordenando a libertação de Alberto Fujimori. Isso afeta o direito das vítimas à justiça e dificulta o cumprimento das obrigações internacionais da Corte Interamericana nos casos Cantuta e Barrios Altos”, disse em um tuíte.
ESTADO PERUANO CUMPRIRÁ COM NÃO LIBERTAR ALBERTO FUJIMORI
o Estado peruano cumprirá o pedido da Corte Interamericana e suspendeu todo o processo de libertação de Fujimori, disse o promotor supranacional Carlos Reaño
Reaño Balarezo explicou que a disposição da Corte Interamericana tem caráter vinculativo, portanto, passou a notificar o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República, o Instituto Penitenciário Nacional (INPE) e o Tribunal Constitucional (TC) para não a liberação do ex-presidente é prosseguido.
Por seu lado, César Nakasaki, advogado de Fujimori Fujimori, salientou que “a ideologia sobre a lei prevalece no tribunal hoje”.
Ele informou que na última terça-feira enviou à Corte Interamericana novas informações sobre o estado de saúde de Fujimori, 83, e que foi recentemente internado em uma clínica após sofrer de desfibrilação pulmonar.
Além disso, o Judiciário ordenou na semana passada um impedimento para sair e restringiu medidas de aparência para Fujimori no caso Pativilca.
KEIKO DEFENDE A LIBERDADE DE SEU PAI
Keiko Fujimori, ao saber desta resolução, publicou um áudio no qual lamentou que “um documento simples” impeça a libertação de seu pai, que não tem permissão para gozar de “direitos humanos, mesmo o mais direito elementar à vida”.
“Em mais um capítulo de uma série de injustiças contra meu pai, um tribunal internacional há muito reconhecido por seu viés ideológico agora procura impedir que a libertação de Alberto Fujimori através de um documento simples, nem mesmo uma resolução, seja libertado da prisão. Minha família está com muita dor para confirmar que, quando se trata de meu pai, não há direitos humanos, nem mesmo o direito mais básico à vida”, disse.
Fujimori Higuchi também instou o Governo a não aceitar o pedido da CIDH, caso contrário, sua família os responsabilizará pelo que acontece com a saúde do Patriarca dos Fujimori.
“Está nas mãos do Governo agora invadir uma medida tão precária quanto injusta, se houvesse um mínimo de equilíbrio na sua avaliação, não deveria desconsiderar a decisão do Tribunal Constitucional. De ceder a uma manobra tão perversa e desumana, minha família responsabiliza este Governo pelas consequências que sua decisão possa ter na vida e na saúde de Alberto Fujimori”, continuou no áudio. /