Zoraida Ávalos termina seu mandato como Procuradora da Nação

A autoridade cessante recordou o difícil cenário em que teve de ocupar o cargo.

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Fotografía de archivo en la que se registró a la fiscal general de Perú, Zoraida Ávalos, en Lima (Perú). EFE/Eduardo Cavero
Fotografía de archivo en la que se registró a la fiscal general de Perú, Zoraida Ávalos, en Lima (Perú). EFE/Eduardo Cavero

Depois de três anos, na terça-feira, 29 de março, Zoraida Ávalos deixou de ser responsável pelo Ministério Público e se despediu daqueles com quem trabalhou através de uma mensagem do Twitter da instituição conta. A ex-promotora da Nação lembrou as difíceis condições em que teve que ocupar o cargo, especialmente no meio da pandemia de COVID-19 que ainda não acabou.

Durante os três anos de administração, dois foram passados em meio a uma pandemia; e todo o período em tempos de turbulência e crise política. Um fato que nos permite representar graficamente as críticas dos tempos que enfrentamos é o fato de que em tão pouco tempo o país teve quatro presidentes da República e três congressos diferentes da República”, disse Ávalos.

Além disso, ele ressaltou que, dada a difícil cena política que teve que atravessar, ele teve que fazer várias queixas aos membros da classe política. “Tive que ocupar o cargo digno de procurador da Nação nos momentos mais difíceis da história republicana recente, e isso mostra que, nestes três anos, meu gabinete apresentou mais de 40 queixas constitucionais contra altos funcionários de presidentes da República, ministros de Estado, congressistas da República, juízes e procuradores supremos, entre outros”, disse na conta do Twitter do Ministério Público.

Martín Vizcarra, um dos políticos vacinados de forma irregular.
Martín Vizcarra, um dos políticos vacinados de forma irregular.

Entre as alegações mais memoráveis está a feita contra o ex-presidente da república, Martín Vizcarra Cornejo, originada após o caso Richard Swing pelos crimes de tráfico agravado de influência, desvio doloso para apropriação de terceiros e crime de negociação incompatível. A denúncia também chega aos ex-ministros da Cultura: Patricia Balbuena Palacios, Ulla Holmquist Pachas e Sonia Guillén Oneeglio, para eventos relacionados com a contratação de Richard Cisneros para o Ministério da Cultura, entre 2018 e 2020.

Uma evidência clara que sustenta essa afirmação é o fato de os investigados e denunciados pertencerem a diferentes setores políticos e instituições diferentes, o que é, além disso, prova tangível de que ocuparam cargos com total autonomia e independência, sem qualquer viés”, acrescentou.

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Se alguma coisa caracterizou a passagem de Ávalos no comando do Ministério Público, foi a relação tensa entre a classe política que exigiu ações dele às vezes, enquanto em outros a acusaram de conluio com aqueles que a consideravam rivais políticos. Durante seus três anos no cargo, ele recebeu vários ataques que mencionou em sua declaração de despedida.

Se a personalização dos ataques colocar as instituições e sua autonomia em boa segurança, e não tivermos recuado um milímetro em sua defesa, esse será o custo a ser pago. Nosso principal dever tem sido e será defender a autonomia e a independência da instituição contra todas as supostas interferências”, frisou.

No final, Zoraida Avalos disse ter “autoridade suficiente” e ressaltou que nunca tentou influenciar em instâncias inferiores, a fim de prejudicar ou favorecer ninguém. Minhas declarações são totalmente consistentes com minhas ações”, disse. Recorde-se que houve quem a acusasse de favorecer o presidente Pedro Castillo para que ele não pudesse ser investigado.

Zoraida Ávalos respondeu a Pedro Castillo após envolver o Ministério Público em um complô contra ele
Zoraida Ávalos respondeu a Pedro Castillo após envolver o Ministério Público em um complô contra ele

Além disso, o próprio presidente da república, Pedro Castillo, apontou para ela como parte de um complô que busca desestabilizar o país após serem conhecidas as declarações que Karelim López ofereceu ao Ministério Público em sua tentativa de se tornar um colaborador efetivo. “A este respeito, rejeito veementemente a afirmação do Presidente da República de que nós, como Ministério Público, estaríamos numa conspiração. Isso é mentira. É do conhecimento geral que temos várias investigações contra vários setores. Ninguém vai dizer que o Ministério Público trabalha com viés político”, disse Avalos na ocasião.

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