O Presidente da República, Iván Duque, mais uma vez se referiu a uma das propostas feitas pelo candidato do Pacto Histórico, Gustavo Petro, em sua campanha para chegar à Casa de Nariño. Embora o presidente não tenha mencionado o nome do outro senador, é importante lembrar que os funcionários públicos não estão autorizados a participar do debate político eleitoral, e a Procuradoria Geral da República pode investigá-los por essa participação indevida.
Desta vez, o tópico a ser discutido foi em torno da Icetex. Na última terça-feira, Gustavo Petro participou de um debate presidencial na Universidad Externado de Colombia e garantiu que a dívida da instituição financeira estatal “deve ser perdoada” e que ele repensaria o programa para se concentrar em empréstimos para estudar no exterior.
O candidato explicou que, “metade dos que têm crédito e estão estudando deixam a universidade e não terminam. Vários pensam em suicídio e tiram o tempo do empreendedorismo quando a corrida para pagar a dívida acabou”. Ele também destacou que o ensino superior “é um direito e não um negócio com dinheiro público”.
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Diante da proposta, o presidente disse que é uma ideia “populista” em um evento que realizou em Casanare falar sobre as conquistas da educação no departamento. “Tenha muito cuidado com aqueles que agora estão propondo acabar com a Icetex e que dizem que todas as dívidas são canceladas lá, ou seja, 9 bilhões”, disse Duque e questionou o que aconteceria com aqueles que estão atualmente no programa: “Eles estão deixando-os de fora? O que acontece quando não há mais ninguém para emprestar o recurso?”
Da mesma forma, o presidente ressaltou que, durante seu mandato, as taxas mais baratas da história da Icetex foram alcançadas. “O que eles propõem é a ruína do sistema de financiamento da educação”, disse Iván Duque. Procuramos dar de graça, mas aqueles que não estão nele têm as ferramentas de financiamento”.
Reforma do sistema de pensões
No início de março, Gustavo Petro participou de um dos debates realizados pelo El Tiempo y Semana e apresentou sua proposta de pensão. O senador explicou que não eliminará os fundos de pensão privados, mas criará um “sistema misto e complementar”, onde contribuintes que tenham mais de quatro salários possam entrar sem problemas.
Em outro debate, o candidato da Equipe para a Colômbia Federico Gutiérrez questionou Gustavo Petro sobre a promessa da pensão aos idosos que atualmente não a recebem: “'De onde você vai conseguir esse dinheiro? , as contas não batem certo”, perguntou o ex-prefeito de Medellín.
Gustavo Petro explicou-lhe como seria a reforma previdenciária para garantir a pensão a toda a população: “Em vez de ter fundos de pensão privados, com contribuições de poupança individuais mal administradas a 30% que recebem em um banco, você envia esse dinheiro para um fundo público: Colpensiones. Com esse dinheiro, pagamos imediatamente as pensões atuais que o Estado está pagando hoje”.
Diante da proposta, o presidente Iván Duque disse que a proposta tem sérias consequências para o país que resultariam no fim do sistema ou dos fundos privados. “Falar em tirar esses recursos dos fundos é uma expropriação, é um 'cercadinho' como vimos na América Latina e tirar esse dinheiro do bolso para financiar a demagogia”, disse o chefe de Estado.
Duque também indicou que “destruir” os fundos de pensão afetaria o financiamento das principais obras de infraestrutura no país, que, segundo o governo nacional, têm sido um potencializador para a recuperação econômica.
Emergência econômica na Colômbia
No final de fevereiro, Petro expressou preocupação com o cenário nacional em relação à fome e revelou qual seria seu primeiro decreto presidencial: declarar uma emergência econômica na Colômbia. O objetivo desta proposta seria levar alimentos para a população vulnerável que está em áreas remotas ou flageladas pela mesma desigualdade.
“A comida está no supermercado, mas as pessoas não podem comprá-la e é por isso que estamos à beira da fome. Como isso é resolvido? , no curto prazo, hoje no primeiro dia de governo, um decreto de emergência econômica”, explicou o candidato do Pacto Histórico. Ele até recomendou que Duque o declarasse antes do final de seu mandato presidencial.
Por sua vez, o primeiro presidente foi enfático que a ideia do aspirante ao Pacto Histórico é “populista e demagógica”. Duque apontou em uma entrevista na Blu Radio que “as declarações econômicas não acabam com a fome e, se assim fosse, a fome teria terminado há muito tempo”.
Além disso, o chefe de Estado pediu aos colombianos que “tomem cuidado” com tais iniciativas e garantiu que o próximo governo deveria se concentrar em iniciativas baseadas em estruturas que não só beneficiem a economia colombiana, mas contribuam para acabar com a fome.
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