O regime chinês, aliado da Rússia, está organizando cursos para professores sobre a guerra na Ucrânia, para transmitir aos estudantes uma mensagem unificada sobre o conflito, de acordo com a doutrina oficial de Pequim.
Conforme relatado pelo South China Morning Post, as palestras visam “unificar pensamentos e orientar corretamente a compreensão dos alunos” sobre o que está acontecendo na Ucrânia, onde a Rússia lançou uma invasão no final de fevereiro.
O jornal de Hong Kong informou que professores de várias províncias são obrigados a participar dessas sessões, como parte de uma campanha de “preparação coletiva de classe sobre a situação entre a Rússia e a Ucrânia” para fortalecer o controle ideológico na sala de aula.
O jornal indicou que existem anúncios na internet que apontam para cursos organizados por governos provinciais e autoridades locais, que por sua vez convidam especialistas no assunto.
Conforme explicado pelo SCMP, campanhas de “prontidão coletiva de classe” são consideradas uma medida vital para fortalecer o controle ideológico na China, e outras semelhantes foram conduzidas no Pensamento de Xi Jinping e outras questões políticas, como a resposta da China à pandemia do coronavírus.
Até agora, a China se recusou a condenar publicamente a invasão russa da Ucrânia, promovendo ajuda humanitária e pedindo uma solução diplomática para a crise.
“As relações sino-russas resistiram bem ao desafio de mudar a situação internacional”, disse quarta-feira o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, ao receber seu homólogo russo, Sergey Lavrov.
“Estamos a viver uma fase muito séria na história das relações internacionais”, disse o chefe da diplomacia russa no início de uma reunião bilateral. “Estou convencido de que até ao final desta fase a situação internacional será muito mais clara, e que nós, juntamente com vocês e com os nossos apoiantes, avançaremos para uma ordem mundial multipolar, justa e democrática”, disse Lavrov ao ministro chinês.
As potências ocidentais alertaram Pequim para não apoiar o regime do presidente Vladimir Putin de qualquer forma que permitisse à Rússia suavizar o impacto das sanções. As empresas chinesas têm sido cautelosas em seu comércio com a Rússia por medo de serem afetadas por sanções.
No início de março, Wang elogiou o que chamou de uma amizade “sólida” com Moscou, e defendeu as preocupações de segurança “razoáveis” da Rússia.
(Com informações da AFP)
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