O embaixador colombiano em Cuba, Juan Manuel Corzo, é acusado de paramilitarismo perante o PEC

O ex-prefeito de Cúcuta, Ramiro Suárez, vinculou o ex-senador Corzo pelo apoio do paramilitarismo às suas campanhas entre 2002 e 2007

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À Seção de Recursos da Jurisdição Especial para a Paz (JEP), o ex-prefeito de Cúcuta Ramiro Suárez Corzo enviou um documento de 22 páginas acusando o atual embaixador da Colômbia em Cuba e ex-senador pelo Norte de Santander, Juan Manuel Corzo Román, de ter relações com grupos paramilitares entre 2002 e 2007.

A carta enviada à seção da Entidade da Paz é a última chance de Suarez Corzo ser aceita na justiça de transição. Deve-se notar que em 3 de março de 2021, a Sala de Definição do JEP concluiu ao estudar sua submissão que o plano da verdade não foi suficiente, razão pela qual decidiu revogar a admissão que lhe havia dado inicialmente.

O ex-presidente de Cucuta compareceu perante o juiz de paz como um terceiro civil, em conexão com eventos ocorridos durante a campanha eleitoral para o gabinete do prefeito de Cucuta em 2003, na qual contou com a ajuda de grupos paramilitares. Segundo o El Espectador, Suárez Corzo, “ofereceu informações relevantes sobre os laços do ex-senador pelo Norte de Santander e atual embaixador colombiano em Cuba, Juan Manuel Corzo Román”.

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“O Sr. Ramiro Suárez Corzo diz que pode dizer ao JEP como o Sr. Corzo Román colocou pressão ilegal sobre pelo menos 200 líderes de bairro em Cucuta para votar no candidato Luis Miguel Morelli Navia, todos com ordem e por iniciativa dos paramilitares. Isso é corroborado pelas declarações do pseudônimo 'El Iguano', que confirma que o Sr. Corzo Román lhe pediu ajuda política para seu grupo”, lê-se no documento revelado pela mídia.

Precisamente, em 2012, a Procuradoria Geral da Nação encerrou a investigação que estava conduzindo contra o senador conservador por causa de suas supostas ligações com grupos paramilitares, pois não encontrou provas documentais ou testemunhais suficientes sobre o caso.

Jorge Iván Laverde Zapata, vulgo “El Iguano”, havia dito ao Ministério Público que Corzo pediu sua ajuda para vencer eleições municipais, departamentais e nacionais. Laverde Zapata teria sido membro das Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia do Bloco Catatumbo. De acordo com o site Verdad Abierta, perante os tribunais ordinários, “El Iguano”, ele teria confessado mais de 3 mil crimes.

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“A Procuradoria-Geral da República não recebeu nem encontrou nenhuma evidência que mostrasse encontros entre o ex-presidente do Congresso e o comandante paramilitar Jorge Iván Laverde Zapara, vulgo 'El Iguano'. Pelas mesmas razões, o Supremo Tribunal de Justiça se absteve de continuar a investigação que estava sendo realizada contra o senador Santander do Norte sobre o mesmo assunto”, afirmou o Ministério Público em comunicado de 12 de fevereiro de 2012.

Conforme afirmado pelo ex-prefeito em sua carta ao JEP, o encontro com os 200 líderes comunitários ocorreu no Hotel Casino Internacional em Cucuta. Nisso, Corzo Román, pediu-lhes que votassem no ex-presidente da Agência Nacional de Hidrocarbonetos, Luis Miguel Morelli Navia, para o Governo do Norte de Santander. No documento que também era conhecido por La W, Suárez Corzo disse que mais de 100 líderes presentes podem atestar essa situação.

Por sua vez, o Coletivo de Advogados “José Alvear Restrepo” tem em seu registro mais de 133 congressistas e ex-congressistas envolvidos com o paramilitarismo dentro do fenômeno conhecido como parapolítica, iniciado em setembro de 2007. Entre eles está o atual embaixador do governo de Iván Duque em Cuba.

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