Marcelo Ebrard pediu que os EUA provassem que há espiões russos no México

O ministro das Relações Exteriores mexicano considerou que as palavras do chefe do Comando Norte dos EUA não vão além de ser uma declaração, uma vez que ele não apresentou evidências que o apoiem

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Marcelo Ebrard, chefe do Ministério das Relações Exteriores (SRE) minimizou as declarações do general Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos EUA, observando que se aquele país tiver evidências de que espiões russos operam no México, que eles as apresentem.

O ministro das Relações Exteriores mexicano considerou que esta é apenas uma declaração depois que o aparato de inteligência dos EUA apontou ao Congresso dos EUA que o México é o país onde a Rússia concentra o maior grupo de espiões. Assim, Ebrard reiterou a posição do governo mexicano, que afirma não ter dados sobre o assunto, e, portanto, pediu para apoiar esta declaração com evidências.

Durante sua turnê pelo Oriente Médio, o secretário de Relações Exteriores disse ao El Universal que o governo de José Biden não deu ao governo mexicano uma linha em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Ele ressaltou que a linha do nosso país foi desenvolvida de forma independente no Conselho de Segurança da ONU e destacou a resolução promovida pela França e pelo México para acabar com o conflito armado, permitir que a ajuda humanitária entre e inicie negociações.

Depois que o embaixador dos EUA em nosso país, Ken Salazar, expressou seu desacordo porque legisladores esquerdistas no Congresso criaram o grupo de amizade Rússia-México, Ebrard considerou que o diplomata dos EUA está dentro de seu direito, mas que os assuntos mexicanos correspondem à política nacional.

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Em sua turnê pelo Oriente Médio, Marcelo Ebrard participou da Cúpula Mundial do Governo (FOTO: SRE)

Na semana anterior, o presidente Andrés Manuel López Obrador fixou sua posição nas palavras do general dos EUA, Glen VanHerck, e enfatizou: “Não temos informações sobre isso, não impedimos ninguém de qualquer estrangeiro que queira realizar atividades legais no país, que possa fazê-lo. Aqueles que são criminosos, cometem crimes, são presos, não são permitidos”.

López Obrador disse que é respeitoso com a declaração de VanHerck e os efeitos que ela pode ter sobre os Estados Unidos, mas esclareceu que o México é “livre, independente, soberano”.

Não somos uma colônia da Rússia, nem da China, nem dos Estados Unidos”, argumentou. O presidente, que se recusou a tomar represálias econômicas contra a Rússia após a invasão da Ucrânia, esclareceu que sua administração não envia funcionários a esses três primeiros países para espioná-los.

O presidente mexicano tem procurado permanecer neutro em relação ao conflito de guerra. O governo votou nas Nações Unidas a favor de uma resolução condenando a invasão russa, mas López Obrador também criticou a Europa por enviar armas a outras nações e por bloqueios à Rússia.

Depois de visitar países como Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes, o chefe da SRE chegou à Índia, de quem destacou ser o nono parceiro comercial do México e anunciou que buscará fortalecer a cooperação em questões farmacêuticas à medida que nosso país busca aprender com a experiência que levou aquele país asiático a se tornar a “farmácia do mundo”.

O governo mexicano está buscando alianças para aumentar sua resiliência à possibilidade de uma nova crise de saúde como o coronavírus. Além disso, nos últimos anos tem enfrentado protestos e críticas sobre a escassez de medicamentos, particularmente aqueles que apoiam o tratamento de crianças com câncer.

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