Em 26 de março, o Alto Comissário para a Paz, Juan Camilo Restrepo, publicou um vídeo no qual rejeita a instrumentalização de menores dentro dos grupos armados ilegais que estão assumindo o controle de grande parte da Colômbia. “Como sociedade, rejeitamos qualquer instrumentalização que esses grupos narcoterroristas tenham feito contra crianças”, observou o funcionário.
Restrepo anunciou que a questão seria levada à comunidade internacional, tendo em mente que os direitos dos menores não estão sendo respeitados: “Foi denunciado internacionalmente que os grupos armados continuam a recrutar menores, esses grupos armados organizados continuam a recrutar seres humanos, que são vítimas dessas ações.”
Uma das áreas que mais apresenta esse problema e onde os jovens decidiram cometer suicídio por esse motivo foi no departamento de Chocó.
“O suicídio tornou-se um método de proteção para crianças e adolescentes indígenas que não querem fazer parte das fileiras de grupos armados ilegais”, confirmou Gerardo Jumi Tapias, conselheiro geral da Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic), em diálogos com a RCN Mundo.
Diante da situação delicada, de acordo com a W Radio, Conselheiro Presidencial para Direitos Humanos e Assuntos Internacionais, e que lidera essas sessões, Jefferson Mena confirmou que o Governo convocou uma sessão extraordinária para discutir e buscar soluções para o problema.
“Esta Sessão Especial é para revisar as medidas que temos tomado pelo governo para prevenir nossas crianças e adolescentes, para evitar ser vítimas dos criminosos que querem recrutá-los, para induzi-los ao longo do caminho que nenhum colombiano quer, o caminho da violência e das economias ilegais”, observou Mena.
Segundo o responsável, o Governo não só se reunirá com entidades governamentais, mas também procurará ouvir diferentes vozes, para que haja: delegados das 22 Entidades Nacionais que o compõem, o Governo de Chocó; a Procuradoria-Geral da República, a Ouvidoria, os Prefeitos de Quibdó, Bahia Solano, Alto Baudo, Medio San Juan, Novita, Sipí, Istmina, El Litoral de San Juan, Riosucio, El Carmen del Darién e Bojayá, líderes sociais e étnicos do departamento, a Igreja Católica, o Aconselhamento Presidencial para a Participação de Pessoas com Deficiência, o Ministério da Ciência , Tecnologia e Inovação, Força Pública, Cooperação Internacional, USAID, MAPP-OEA, UNICEF, ACDI/VOCA e ONU.
Militares pedem mais operações para proteger crianças
O General-de-Exército Nacional Eduardo Enrique Zapateiro falou sobre os recentes casos de recrutamento de menores em territórios indígenas de Cauca durante a última semana, relatados pela Associação dos Conselhos Indígenas do Norte do Cauca (Acin).
Deve-se notar que em 9 de março, Acin informou que seis membros da comunidade da reserva indígena Huellas foram recrutados por grupos armados. Quatro deles eram menores entre 12 e 14 anos de idade. O oficial sênior do exército apontou que a única maneira de combater esse flagelo é por meio de “operações fortes e vigorosas nas áreas de base dessas estruturas criminosas”.
Os fatos foram apresentados na instituição educacional El Credo. Os menores estavam recebendo suas aulas, quando foram retirados da escola pelos homens. Presume-se que eles tenham sido levados para o sul de Cauca para fins de recrutamento forçado, pelos criminosos armados que operam neste departamento e que são identificados como supostos dissidentes das FARC.
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