Mais uma vez, a eleição do Provedor de Justiça e dos juízes do Tribunal Constitucional é colocado em discussão, desta vez do projeto de lei 1534/2021-CR apresentado pelo membro de Perú democrático, Guillermo Bermejo. O deputado propõe que as autoridades acima mencionadas consigam ocupar seus cargos após uma eleição popular, uma vez que “foram geradas uma série de irregularidades que colocam em causa a legitimidade e a idoneidade dos membros do Congresso da República”, que atualmente estão escolhendo as autoridades acima mencionadas.
O documento apresentado refere-se à importância do TC em relação à Constituição Política e ao Gabinete do Provedor de Justiça na luta pelo respeito aos direitos humanos em nosso país. “... Espera-se que tanto os juízes do Tribunal Constitucional quanto a Ouvidoria, além de possuírem sólida formação em diversas áreas do direito, tenham habilidades que os tornem adequados para a defesa dos direitos fundamentais. É por isso que sua escolha não pode ser deixada ao critério de um órgão político onde interesses e jogo de poder muitas vezes convergem”, observa a exposição explicativa do projeto.
Bermejo enumera as irregularidades apresentadas nos processos seletivos dos magistrados, que estiveram sob os holofotes da imprensa devido às várias questões tanto sobre o processo como sobre os candidatos. “Apelar aos cidadãos não é de forma alguma um ato ilegítimo, uma vez que é o poder original de decidir sobre grandes questões de interesse público”, diz o autor da proposta.
PROPOSTA CONTROVERSA
O projeto visa alterar os artigos 161 e 201 da Constituição Política do Perú. Assim, propõe-se que a Ouvidoria tenha a mesma imunidade e as mesmas prerrogativas que os congressistas. Além disso, detalha que, para serem nomeados para o cargo, eles devem ter atingido a idade de trinta e cinco anos e ser advogado. Para os juízes do TC, acrescentar-se-ia que eles têm os mesmos requisitos que são necessários para ser membro do Supremo Tribunal Federal. “Juízes ou procuradores que não tenham deixado o cargo com um ano de antecedência não podem ser eleitos juízes do Tribunal Constitucional”, lê-se no documento.
“Desta forma é perfeitamente legítimo garantir que a eleição dos juízes do TC e da Ouvidoria seja uma expressão direta da vontade popular, aumentando assim a legitimidade dessa classe de funcionários. Além disso, essa forma de eleição permitiria que funcionários públicos eleitos não fossem responsabilizados por qualquer tipo de poder estatal ou estivessem materialmente sujeitos aos desígnios de um órgão estritamente político como o Congresso da República”, assegura Bermejo por meio de seu projeto.
A proposta deixa aos órgãos que compõem o sistema eleitoral a regulamentação do procedimento eleitoral popular para os cargos em questão, mas deixa claro que "quaisquer disposições normativas que violem o conteúdo substancial desta reforma constitucional serão imediatamente revogadas”.
Recorde-se que hoje, 30 de março, começa a fase de entrevistas pessoais com candidatos a juízes do TC pela Comissão Especial para a seleção dos candidatos aptos à eleição de juízes do Tribunal Constitucional. Esta fase do processo começa com 26 candidatos que responderão às perguntas do deputado Zelada, que é o presidente da comissão, Jorge Montoya. da Renovação Popular, que foi eleito vice-presidente e Wilmar Elera, que atua como secretário.
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