Na manhã desta quarta-feira, 30 de março, o ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Carlos Eduardo Correa, desembarcou no Aeroporto Internacional Paris-Charles de Gaulle, para participar da reunião organizada pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com os 38 ministros do Meio Ambiente da organização países membros do.
A missão da reunião de autoridades ambientais é discutir os desafios climáticos e as ações que seus países vêm liderando. O funcionário colombiano presidirá a sessão “Acelerar ações para combater a perda de biodiversidade” e apresentará a Lei de Crimes Ambientais, aprovada pelo Presidente da República, Iván Duque em julho de 2021. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, essa é uma das principais conquistas do governo colombiano.
Esta lei visa regular a poluição ambiental, proteger os recursos naturais e penalizar qualquer pessoa que viole o patrimônio natural. Alguns dos crimes incorporados nesta norma, que o ministro Correa irá expor na França, incluem crimes como: exploração ilícita, tráfico de animais selvagens, desmatamento, danos aos recursos naturais e ecocídio.
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As penas que podem ser recebidas por pessoas que cometem alguns desses crimes variam de multas de 167 salários mínimos legais em vigor, a 60 meses de prisão. As penalidades aumentarão em um terço, quando a conduta for cometida em ecossistemas naturais que fazem parte do sistema nacional ou regional de áreas protegidas, em ecossistemas estratégicos ou em territórios de comunidades étnicas.
No ano passado, as autoridades colombianas realizaram 2.325 capturas de pessoas relacionadas ao tráfico de fauna e flora, no processo foram apreendidos 18.636 indivíduos da fauna e 282.147 da flora. Por sua vez, especialistas ambientais apontaram que janeiro de 2022 foi o mês de maior desmatamento nos últimos 10 anos. Uma pesquisa de La Silla Vacía aponta que somente na Amazônia colombiana, o desmatamento em 2022 será de 300.000 hectares, o equivalente a “560.620 estádios de futebol”.
Na lei de 2021, também foi estabelecida a criação da Diretoria de Apoio Territorial, pelo Gabinete do Procurador-Geral da Nação. A principal função desta unidade é “liderar a estratégia de apoio regional do órgão de pesquisa, com vistas a aumentar a presença efetiva da Entidade através do trabalho interdisciplinar em territórios remotos ou de difícil acesso”.
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Deve-se notar que a Colômbia ainda não ratificou o Acordo de Escazú, uma ferramenta de acesso à informação, participação pública e acesso à justiça em questões ambientais na América Latina e no Caribe. Menos de seis meses antes do fim do Governo de Duque, uma das promessas de combate ao crime ambiental não foi cumprida.
Ao chegar a Paris, o ministro Correa participou de uma atividade simbólica que consentiu em plantar uma árvore na sede da OCDE. Com isso, foi lançada uma ação internacional com o objetivo de criar uma rede global com os 38 países membros da organização, cujos representantes também plantarão uma árvore quando retornarem às suas nações.
Entre a agenda do funcionário público no país europeu, destacam-se os encontros com os ministros do Meio Ambiente do Brasil, Chile, Bélgica, Coréia, Noruega, e com a ministra da Transição Ecológica da França, Barbara Pompili. “Essas reuniões bilaterais servirão para articular esforços contra a economia circular, a Estratégia E2050, a ação climática e a proteção da biodiversidade, entre outras questões”, disse Correa.
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