Os resultados de um grande ensaio clínico com pessoas infectadas com COVID-19 alertaram que o medicamento antiparasitário ivermectina não apresentava sinais de alívio da doença coronavírus.
Os autores do estudo científico publicaram sua pesquisa no The New England Journal of Medicine e explicaram que compararam mais de 1.300 pessoas que contraíram o coronavírus no Brasil e sua resposta ao tratamento com ivermectina ou placebo. E concluíram que o uso desse medicamento para tratar a COVID-19 deveria ser descartado.
“Realmente não há sinal de benefício”, disse o Dr. David Boulware, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota. “Agora que os detalhes e os dados estão disponíveis, é de se esperar que a maioria dos médicos abandone a ivermectina e opte por outras terapias”, disse o Dr. Boulware, deste medicamento que ganhou popularidade como tratamento alternativo para a covid-19 apesar da falta de pesquisas sólidas para apoiá-la.
A ivermectina tem sido usada há décadas para tratar infecções parasitárias. E no início da pandemia, quando pesquisadores testavam milhares de medicamentos antigos contra a covid-19, experimentos laboratoriais com células sugeriram que a ivermectina poderia bloquear o coronavírus e alguns médicos começaram a prescrever ivermectina para covid-19, apesar do alerta dos reguladores de medicamentos como como o FDA nos EUA que não foi aprovado para esse uso.
No entanto, ainda há mais ensaios em andamento sobre ivermectina, com milhares de voluntários, que ainda não compartilharam seus resultados. O Centro Nacional dos EUA para o Avanço das Ciências Translacionais (NCATS) vem conduzindo um teste de ivermectina e vários outros medicamentos para pacientes cobiçados há mais de um ano, mas ainda não divulgou seu relatório final.
O Dr. Boulware duvidou que os estudos adicionais chegassem a uma conclusão diferente, já que o estudo feito no Brasil foi muito abrangente e cuidadosamente elaborado. “Você raramente espera encontrar algo diferente”, disse.
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