Um porta-voz do Kremlin disse que Moscou não está pensando em usar armas nucleares na Ucrânia

Dimitri Peskov referiu-se ao discurso proferido pelo presidente russo quando anunciou a invasão do território ucraniano, no qual alertou “diferentes estados para não interferirem”

19/12/2019 El portavoz de la Presidencia de Rusia, Dimitri Peskov, en una comparecencia ante la prensa en Moscú POLITICA INTERNACIONAL Dmitry Azarov

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse na segunda-feira que as palavras do presidente russo, Vladimir Putin, sobre a intervenção de países terceiros na invasão não se referiam a armas nucleares e que ninguém está a pensar em usar armas nucleares na Ucrânia.

“Qualquer resultado da operação, é claro, não é motivo para o uso de uma arma nuclear. Temos um conceito de segurança que afirma muito claramente que somente quando há uma ameaça à existência do Estado em nosso país, podemos e vamos realmente usar armas nucleares para eliminar a ameaça”, explicou.

Assim, dada a possibilidade de usar armas nucleares no caso de um terceiro ator se envolver, Peskov deixou claro em uma entrevista na rede de televisão PBS que “não acredita” que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estivesse se referindo, em suas palavras, ao uso de armas nucleares.

Em particular, Peskov referiu-se ao discurso proferido pelo presidente russo quando anunciou a invasão da Ucrânia na região de Donbass, no qual alertou “diferentes estados para não interferirem nos assuntos ucraniano-russos durante a operação”.

“Ninguém está pensando em usar (ou) mesmo a ideia de usar armas nucleares”, disse, acrescentando que Putin foi “bastante ousado” ao dizer (a terceiros) “não interfiram”, porque, no caso de fazê-lo, “temos todas as chances de prevenir e punir” todos que vão fazê-lo.

Vladimir Putin

Peskov enfatizou que os países ocidentais declararam uma guerra econômica total contra a Rússia. “Temos que nos adaptar às novas condições. E, infelizmente, essas condições são bastante hostis”, disse ele sobre as sanções impostas à Rússia.

Nesse contexto, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, ameaçou na segunda-feira que a Rússia não fornecerá gás “para caridade” a países “hostis” que não querem pagá-lo em rublos.

Peskov reconheceu que o processo de fornecimento de gás é “muito complicado” e indicou que Moscou ainda está avaliando os detalhes desse fornecimento depois de revelar seus planos de exigir o pagamento de matérias-primas em rublos para países que impuseram sanções em retaliação à invasão da Ucrânia.

Embora não tenha avançado possíveis medidas contra países que não querem pagar em moeda russa, garantiu que a Rússia “definitivamente” não fornecerá gás à Europa “de graça”. “Isso é certo”, disse, observando que “é difícil se comprometer com a caridade” na situação atual do país eurasiano, segundo a agência de notícias russa TASS.

Por sua vez, os países do G7 expressaram sua rejeição à intenção da Rússia na segunda-feira e consideraram a imposição “inaceitável”.

Putin expressou sua intenção de mudar a moeda de pagamento do gás na semana passada, embora tenha assegurado que a Rússia continuará a fornecer gás de acordo com os volumes e preços estabelecidos.

(Com informações da Europa Press)

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