De acordo com o relatório da organização Causa en Comuno, Análise de Incidência Criminal janeiro-fevereiro de 2022, nos dois primeiros meses de 2022 houve um aumento nos seguintes crimes em relação ao mesmo período de 2021: sequestros, tráfico de pessoas, roubo com violência, extorsão, drogas abuso e feminicídio, segundo dados da Secretaria Executiva do Sistema Nacional de Segurança Pública (SESNSP).
Entre os crimes que mais aumentaram estão o tráfico de pessoas, que aumentou 56%, e o sequestro, que aumentou 40%. Enquanto o roubo com violência aumentou 11% e a extorsão em 10%. O abuso de drogas e o feminicídio aumentaram 2% cada.
Em contrapartida, os crimes que relataram uma diminuição de 1º de janeiro a 28 de fevereiro deste ano foram: violência familiar (-14%), homicídio (-14%) e roubo de veículos com violência (-4%).
Em relação ao tráfico de pessoas, houve 145 vítimas de janeiro a fevereiro de 2022. Neste crime, 6 estados estão em baixa e 15 estão em ascensão, principalmente Oaxaca, Chihuahua, Queretaro, Sinaloa e Cidade do México. O gabinete do prefeito de Cuauhtémoc teve o maior número de casos notificados, com um total de 13. Deve-se notar que durante 2021 houve 744 vítimas de tráfico de pessoas.
As vítimas de sequestro relatadas nos dois primeiros meses deste ano foram 177. No município de Juárez, Chihuahua, foi registrado o maior número de casos, com um total de 5, seguido por Toluca, no Estado do México, e Uruapan, em Michoacán, com 4 cada.
Enquanto isso, houve 4.439 vítimas de extorsão, a maioria no Estado do México, principalmente em municípios como Toluca (64), Ecatepec (43), Nezahualcoyotl (41), Tecámac (31), Naucalpan (26) e Cuautitlán Izcalli (20).
Com relação ao roubo com violência, foram registrados 9.310 casos, com Ecatepec, no Edomex, município com maior número de vítimas (505 no total). Em relação ao abuso de drogas, foram notificados 14.718 casos. Os municípios com maior incidência foram: León, Guanajuato, com 3.239; Tijuana, Baja California, com 1.063; e Juárez, Chihuahua, com 561. E com relação ao feminicídio, 157 vítimas foram registradas, embora haja um problema com a subnotificação desse crime, observou a organização Causa en Común,
Deve-se notar que esses números foram obtidos com base em informações nos kits de investigação iniciados por procuradores e procuradores estaduais e, portanto, casos que não foram relatados ou não foram investigados pelo Ministério Público não são cobertos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Vitimização e Percepção de Segurança Pública, cerca de 93,3% de todos os crimes em todo o país não foram denunciados ou um kit de investigação não foi aberto.
Assim, o fato de haver um alto número de crimes registrados não implica uma incidência maior, uma vez que um número alto poderia indicar uma maior disposição para denunciar e iniciar investigações. E vice-versa, menos números não implicam necessariamente uma diminuição ou maior controle sobre esses crimes.
Por fim, deve-se notar que o México está entre os principais países com as maiores taxas de impunidade, de acordo com dados do Índice Global de Impunidade. Em 2020, o México ficou em 60 de 69 (em 2017 ficou em 66º lugar). Isso também afeta ao registrar uma queixa, uma vez que, na ausência de confiança nas autoridades, as vítimas desses crimes não procedem à denúncia.
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