O Talibã libertou sete jornalistas presos no Afeganistão

Seis deles foram presos após o fechamento de várias estações de rádio regionais e internacionais no sul do país.

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An Afghan female journalist takes a photo with her smartphone at the UNDP Administrator Achim Steiner's news conference in Kabul, Afghanistan March 29, 2022. REUTERS/Ali Khara
An Afghan female journalist takes a photo with her smartphone at the UNDP Administrator Achim Steiner's news conference in Kabul, Afghanistan March 29, 2022. REUTERS/Ali Khara

O Talibã libertou sete jornalistas presos nos últimos dias no Afeganistão na noite passada, incluindo os seis trabalhadores presos após o encerramento de várias estações de rádio regionais e internacionais no sul do país.

Os jornalistas foram libertados após uma “dura negociação” entre os talibãs e a Associação de Jornalistas Independentes do Afeganistão (AIJA), que “felizmente conseguiu”, disse o diretor da organização, Hujatullah Mujadidi, à agência de notícias Efe na terça-feira.

A detenção de seis jornalistas na segunda-feira na província de Kandahar, no sul do país, cujo motivo não foi divulgado pelas autoridades afegãs, foi acompanhada pelo encerramento de quatro estações de rádio regionais e pela proibição da transmissão de canais internacionais, como a BBC britânica ou os EUA Voz da América.

Ao lado deles, o jornalista afegão Mirwais Atal também foi libertado depois de passar quatro dias sob custódia das forças de inteligência dos fundamentalistas.

Infobae
Foto ilustrativa de arquivo de um membro do movimento talibã conversando com mulheres fora de uma universidade em Cabul (REUTERS)

“Felizmente, junto com outros jornalistas, também fui libertado, e a razão por trás da minha prisão foi que minha campanha começou a reabrir escolas para meninas e motivar sua educação”, disse Atal à EFE.

O jornalista alegou que durante sua prisão ele não foi torturado fisicamente, mas garantiu que passar três dias preso por sua luta para “reabrir escolas e motivar meninas para a educação” o torturou psicologicamente.

A chegada ao poder do Talibã em 15 de agosto teve um impacto severo na liberdade de expressão no Afeganistão, conforme reivindicado por várias organizações locais e internacionais.

Uma pesquisa realizada em meados de janeiro pelo Sindicato Nacional de Jornalistas do Afeganistão (ANJU) informou que 95% dos jornalistas pesquisados nas 34 províncias do país asiático alegaram sofrer de falta de liberdade sob o regime talibã.

Além disso, de acordo com um relatório publicado em dezembro passado pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF) em colaboração com a Associação de Jornalistas Independentes do Afeganistão (AIJA), desde o retorno dos islâmicos, mais de 230 meios de comunicação fecharam no país e cerca de 6.400 jornalistas perderam seus empregos. .

Tudo isso representa um sério revés em relação aos progressos alcançados nas últimas duas décadas após a queda em 2001 do primeiro regime talibã, com o nascimento da mídia independente como uma de suas maiores conquistas.

(Com informações da EFE)

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