O que é cádmio no abacate peruano?

A Holanda retira um lote de abacates peruanos do mercado devido aos altos níveis de cádmio. Saiba o que é e como isso pode afetar sua saúde.

O setor está em perigo. As últimas notícias do Perú relataram o que está acontecendo com a agroexportação de abacate peruano, um dos insumos que geram renda para o país e uma grande porcentagem de famílias peruanas que estão envolvidas em seu plantio. Os primeiros relatórios oficiais indicam que as autoridades sanitárias dos Países Baixos retiraram um lote da fruta do mercado porque contém níveis de cádmio além do permitido pela União Europeia.

O Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações (RASFF) foi a instituição oficial a emitir o alerta através de uma notificação publicada em 21 de março. De acordo com este relatório, o aviso foi classificado como grave porque os abacates peruanos continham cádmio a uma taxa de 0,054 mg/kg em ppm (miligrama/quilograma em parte por milhão). Mas por que não é o certo? A autoridade indica que o nível máximo permitido é de 0,05 mg/kg em ppm, conforme estabelecido no anexo do Regulamento 488/2014 da Comissão Europeia, sobre a presença de cádmio, metais pesados nos alimentos.

O QUE É CÁDMIO?

Sua definição geral sustenta que é um metal do grupo de elementos de transição, branco-prateado, maleável, semelhante a estanho, altamente tóxico, obtido quase exclusivamente como subproduto no refino de minérios de zinco. É usado em ligas para a fabricação de extintores de incêndio, alarmes de incêndio e fusíveis, em soldagem, etc.

Entre as manifestações clínicas da ingestão de cádmio estão sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal e cefaleia. “Em muitos casos, há diarreia grave com colapso. Esses sintomas aparecem quando água ou alimentos contendo cádmio são ingeridos em concentrações de cerca de 15 ppm. A intoxicação aguda pode ser causada pela ingestão de altas concentrações de cádmio e até leva ao choque”, dados expressos pelo Instituto de Previdência Social e Serviços Sociais dos Trabalhadores do Estado do México.

COMO O CÁDMIO CHEGOU AOS ABACATES?

Luis Gomero, engenheiro e presidente do Consórcio Agroecológico Peruano (CAP), explicou diariamente La República que existem até quatro fontes de contaminação por metais pesados, que devem ser imediatamente rastreadas pelo Serviço Nacional de Saúde Agrícola (Senasa) do Ministério da Agricultura Desenvolvimento e Irrigação (Midagri).

“... Um, pode ser por causa de plantações que estiveram no ambiente de mineração; outro, porque o solo foi carregado e as plantas estão pegando; outro, que eles estão fazendo aplicações massivas de pesticidas. Finalmente, uma opção improvável é para fertilizantes contendo cádmio, mas isso geralmente acontece em condições tropicais com o uso de rocha fosfática”.

O profissional também afirmou que o procedimento correto é que aqueles que detectaram o caso na Holanda devem comunicar o local de origem dos abacates para poder tomar medidas imediatas que não causem dificuldades na agroexportação desse alimento.

A UE rejeitou um recipiente de abacate Hass do Perú por ter um alto nível de cádmio

EXPORTAÇÃO DE ABAC

Os embarques de abacate para o exterior, acumulados até agosto de 2021, registraram um valor de US$1.149,7 milhões, 59,8% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior (US$719,4 milhões). Só em agosto de 2021, valeu US$267,2 milhões, enquanto no mesmo período de 2020 foi obtido US$105,9 milhões, o que representou um crescimento de 152,4%.

Durante os meses de janeiro a agosto de 2021, as exportações de abacate foram para 38 países; a Holanda é apresentada como o principal destino, com embarques de US$ 385,6 milhões, com participação de 33,5%; seguido pelos Estados Unidos, com US $211,4 milhões (18,4%) e Espanha com US $182,9 milhões (15,9%); esses três países representam mais de 67 por cento do total das exportações, de acordo com o relatório do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação.