Na terça-feira, 28 de março, o debate e a votação da moção de vaga presidencial ocorreram no Congresso da República. Na votação, os congressistas necessários para destituir Pedro Castillo do cargo não foram alcançados. Os legisladores do partido no poder reagiram à saída da sessão plenária, como Guido Bellido que se dirigiu à bancada da Força Popular.
A moção ganhou 55 votos a favor, 54 contra e 19 abstenções; e a proposta foi arquivada. A votação ocorreu após cinco horas de debate parlamentar e, antes disso, o presidente compareceu à Câmara. com seu advogado.
O congressista Guido Bellido (Perú Livre) viu este evento como uma vitória, observando que a Fuerza Popular deve parar de “colocar pedras no caminho”.
“Hoje à noite eles viram os resultados: Democracia 2 - Vacadores 0. Espero com esta lição que a Fuerza Popular tenha entendido que perdeu democraticamente e deve se comportar como tal no Congresso da República e não colocar pedras no caminho desse governo que tanto precisa fazer o país avançar”, disse à mídia fora do Congresso.
Além disso, pediu um trabalho conjunto para os vários setores do Estado.
“A partir deste curso, vamos construir um Perú com oportunidades e a partir daqui também apelamos a todos os setores para que contribuam para a governança e resolvam todos os problemas do país”, disse.
PEDRO CASTILLO PRONUNCIA-SE
Depois que o resultado da votação no Legislativo foi conhecido, o presidente recorreu às redes sociais para reagir ao incidente. Recorde-se que esta é a segunda moção de vaga que ele enfrenta e a primeira que foi admitida.
“Congratulo-me com o fato de que a sabedoria, a responsabilidade e a democracia tiveram precedência. Reconheço os parlamentares que votaram contra a vaga, e respeito a decisão daqueles que votaram. Peço a todos que fechem esta página e trabalhem juntos para os grandes desafios do país”, escreveu o presidente Castillo no Twitter.
DISCURSO DO PRESIDENTE NA SESSÃO PLENÁRIA DO CONGRESSO
Durante sua defesa em plenário, que ocorreu por volta das 15h, o Presidente da República, Pedro Castillo Terrones, afirmou que o moção de vaga contra ele não tem apoio factual e que foi baseado em “relatórios jornalísticos tendenciosos” que fazem não apresentar evidências para provar ofensas.
“A moção foi feita principalmente com base em reportagens jornalísticas tendenciosas, contraditórias e não corroboradas. Não há evidências que comprovem qualquer irregularidade. Esta moção é o melhor exemplo de como o julgamento da mídia conseguiu que uma moção de vaga fosse admitida”, disse.
“Neste recinto, vou repetir o que nossos ancestrais quíchuas disseram antes de realizar uma grande tarefa: Huk umalla huk sunquilla e huk maquilla! Uma força, um coração e uma direção! Deputados, peço-lhes: votem pela democracia, votem no Perú, votem contra a instabilidade”, disse.
QUEM ESTAVA POR TRÁS DA VAGA?
Esta segunda moção de vaga havia sido promovida pelo deputado Jorge Montoya (Renovação Popular) e teve as assinaturas de 50 legisladores das bancadas : Renovação Popular, Fuerza Popular, Somos Perú, Avanza Pais, Podemos Perú e Aliança para o Progresso.
A primeira moção apresentada com o mesmo propósito foi em dezembro de 2021, que foi anunciada pela legisladora Patricia Chirinos (Avanza Pais) e foi levantada com o apoio de 29 parlamentares de diferentes grupos políticos. No entanto, ele não conseguiu os 52 votos necessários para sua admissão.