Apenas 11 em cada 100 equatorianos confiam no atual Congresso

O pesquisador Ceadatos realiza uma pesquisa de opinião mensal desde 1979 para medir a credibilidade dos cidadãos em relação às instituições e atores políticos

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A última pesquisa de opinião realizada em 14 cidades do Equador revela a falta de credibilidade do Legislativo entre os cidadãos, de acordo com o pesquisador CEDATOS. Os resultados indicam que apenas 11 em cada 100 equatorianos aprovam o trabalho da Assembleia Nacional e apenas 6 em cada 100 confiam na palavra do legislador. Os resultados aparecem depois que o presidente Guillermo Lasso revelou os nomes de cinco membros da assembléia que pediram benefícios econômicos para votar em uma lei.

86% dos equatorianos não acreditam nas palavras dos legisladores, de acordo com o CEDATOS. As pesquisas foram realizadas em Quito, Ibarra, Latacunga, Ambato, Riobamba, Cuenca, Loja, Guayaquil, Manta, Portoviejo, Babahoyo, Esmeraldas, Santo Domingo e Nueva Loja, entre 14 e 17 de março, quase 10 dias antes das declarações de Lasso. No total, 2.137 pessoas foram consultadas.

O Executivo e a Assembleia Nacional não conseguiram construir pontes para permitir o processamento de leis econômicas urgentes que permitissem o cumprimento do plano de trabalho proposto pela administração Lasso. Esse é considerado o ponto nervoso do governo que está no cargo há apenas 10 meses. A falta de operadores políticos que possam negociar com os legisladores para a aprovação de projetos de lei seria a principal fraqueza de Lasso, que tem apenas 12 membros da assembleia de seu partido em uma Legislatura de 137 membros.

Na semana passada, depois que o projeto de lei de estímulo ao investimento foi negado no Legislativo, Lasso pediu à Procuradoria-Geral da República e à Receita Federal que investigassem certos atores políticos que teriam solicitado benefícios para votar a favor do Projeto de Lei Executiva. Com essas ações, Lasso garantiu que cumpre sua “obrigação moral, política e legal de trazer à atenção a corrupção da Assembleia Nacional”.

Em carta enviada ao Procurador-Geral da República, Lasso indica que os legisladores Rosa Cerda, Gisella Molina, Edgar Quezada, Celestino Chumpi e Cristian Yucailla, e o conselheiro deste último, Marcelo Rosero, pediram “benefícios econômicos para si mesmos em troca de votar a favor do projeto de lei acima mencionado.” Os legisladores chegaram ao congresso sob a capa do partido indígena Pachakutik e pertencem à bancada do congresso. Para o presidente equatoriano, o que foi solicitado pelos membros da assembleia “é extremamente grave”, como detalhou na carta enviada pela Carondelet, sede do governo.

Lasso postou em suas redes sociais que o projeto de lei de investimento não conseguiu que os 70 votos fossem aprovados porque o Executivo não aceitou a chantagem dos legisladores. Embora não tenha citado nomes na época, o presidente explicou que alguns congressistas pediram cargos, “hospitais, empresas de eletricidade, ministérios” e outros caixa.

Os legisladores acusados reagiram e disseram que foi um diretor executivo que lhes ofereceu contratos em troca de registrar seu voto a favor da lei de investimentos. Ricardo Vanegas, da Pachakutik, chegou a afirmar que revelarão os áudios que mostram que a chantagem começou do Executivo e não de seus companheiros de equipe. A deputada Gisella Molina, por sua vez, disse que está tentando ver “o positivo” da declaração de Lasso, porque agora os equatorianos “conhecerão seu rosto” porque ele aparecerá “em rede nacional”.

O presidente também pediu à Receita Federal (IRS) que investigue declarações fiscais feitas por Xavier Hervas, ex-candidato presidencial da Esquerda Democrática. Na carta a Marisol Andrade, diretora do SRI, Lasso fornece “instruções formais e expressas para uma investigação completa das declarações fiscais de Hervas. Em sua carta, Lasso assegurou que “este assunto não pode se limitar ao político, devemos avançar na esfera jurídica, por isso devo observar as seguintes informações públicas sobre o cidadão Xavier Hervas para serem consideradas nos processos de auditoria que foram iniciados ou iniciados”.

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