Autoridades nacionais e internacionais estão na trilha de uma rede liderada por cidadãos de origem russa, que estaria alugando contas de poupança de pessoas de classe baixa e média para trazer grandes quantias de dinheiro para a Colômbia.
O anúncio foi feito por uma investigação da RCN News, que indicou que um homem do Cazaquistão, a quem eles chamam de 'Shurik', é quem estaria por trás das operações deste grupo no país. Aparentemente, as somas em dinheiro são registradas do território russo em valores de cerca de 5, 11 e 15 milhões de pesos e, posteriormente, a prata é retirada em vários caixas eletrônicos em Bogotá.
Por meio de interceptações telefônicas, foi possível verificar que 'Shurik', que entrou no país com visto de turista, entra em contato com cidadãos colombianos e explica os benefícios que obteriam se emprestassem suas contas bancárias, como comissões. Além disso, esse assunto é responsável por coordenar cada uma das remessas internacionais.
“Olá Gonzalo, olha, por exemplo, agora estamos trabalhando com sua conta, mas quando terminarmos de trabalhar com ele, seremos emprestados a outras pessoas que vão emprestar seu perfil, e cada pessoa quando estiver dentro receberá comissão”, explica 'Shurik' a uma das vítimas em um diálogo publicado pelo meio de comunicação acima mencionado.
Os relatórios das autoridades argumentam que esses procedimentos seriam parte de uma operação transnacional de lavagem de dinheiro e espionagem, cujo objetivo seria “financiar grupos que pretendem desestabilizar a ordem pública e interferir no próximo dia eleitoral”.
A rede estrangeira teria dois pontos de ação: um em Bogotá e outro em Medellín. Da mesma forma, a investigação do Noticias RCN conseguiu estabelecer que o cidadão europeu possui toda a documentação da Embaixada da Rússia, o que lhe permite circular livremente pela Colômbia, uma vez que não tem antecedentes criminais.
A Unidade de Informação e Análise Financeira (UIAF) acompanhou os movimentos de dinheiro desde 2018, o que indicaria que mais de 146 milhões de dólares haviam sido lavados até o momento. Outra seção do relatório indica que todo o dinheiro seria convertido em criptomoedas, por meio de caixas eletrônicos, a fim de evitar os impostos russos.
O ex-ministro da Defesa, Camilo Ospina, garantiu nas últimas horas que as ações desses grupos estrangeiros visam interferir na política. “O que eles estão fazendo é basicamente procurar interferência na questão política e ver como eles podem intervir, o que eles podem fazer. O que temos com informações de inteligência é que eles estão tentando ver como incorporam recursos e se algum dia podem intervir no processo”, disse em entrevista posterior à RCN.
Da mesma forma, o ex-funcionário indicou que parte dos recursos buscava financiar a ação da chamada 'primeira linha' durante os dias de manifestações no país: “Eles estão financiando a Linha de Frente, ou seja, e isso prova que o que aconteceu no ano passado foi financiado por eles. Deve-se ter em mente que os recursos que estavam chegando estavam relacionados aos russos”.
Uma investigação recente do jornal El Tiempo também revelou que o dinheiro enviado da Rússia havia sido injetado no país para financiar vários dos protestos registrados em novembro de 2019. Deve-se notar que essas manifestações são lembradas pelo assassinato do jovem Dilan Cruz por um agente do Esquadrão Móvel Antimotim (Esmad).
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