O Tribunal Constitucional (TC) publicará nesta segunda-feira, 28 de março, o acórdão a favor do habeas corpus que restaura o perdão concedido ao ex-ditador Alberto Fujimori, anulado por uma decisão da Suprema Corte em 2018.
Segundo fontes consultadas pelo La República, os votos dos juízes Marianela Ledesma e Eloy Espinoza-Saldaña só estariam disponíveis esta segunda-feira à tarde, levando à libertação do ex-presidente condenado pelos crimes de La Cantuta e Barrios Altos.
Conforme relatado, em 17 de março, o Tribunal Constitucional declarou fundamentado o pedido de amparo apresentado pelo advogado Gregorio Parco em nome de Alberto Fujimori. Desde então, espera-se que o TC publique a decisão sobre o motivo de suas decisões, o que novamente valida o perdão ao ex-presidente concedido em 2017 pelo então presidente Peter Paul Kuczynski.
VOTAÇÃO VINCULADA
De acordo com o magistrado do TC Eloy Espinosa, a votação terminou em um sorteio de 3 votos a favor e 3 votos contra. Em situações como essa, cabe ao presidente da entidade tomar a decisão final. Dessa forma, Augusto Ferrero Costa, atual presidente do tribunal, acabou votando a favor do habeas corpus.
Eles votaram contra, como planejado: Marianella Ledesma, Eloy Espinosa-Saldaña e Manuel Miranda. Por outro lado, Ernesto Blume e José Luis Sardón votaram a favor. Assim, o perdão de Alberto Fujimori é restaurado.
O magistrado explicou que agora será decisão de Ferrero Costa definir como a sentença será cumprida, ou seja, libertar Alberto Fujimori.
“Em alguns casos foi diretamente o tribunal que coordenou com o INPE, outras vezes foi o tribunal que encaminhou isso para o Supremo Tribunal Federal. De uma forma ou de outra, os funcionários correspondentes terão que se coordenar para cumprir a sentença”, disse ele na TV Perú.
RESOLUÇÃO DA CORTE INTERAMERICANA ESTÁ PENDENTE NO CASO BARRIOS ALTOS
O juiz Espinosa confirmou que a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que se reúne de 16 de março a 4 de maio, permanece pendente; onde o caso de Barrios Altos será ouvido. Por esse motivo, o judiciário havia inicialmente negado o perdão ao ex-presidente.
Espinosa destacou que ele e o juiz Ledesma levantaram uma questão anterior para aguardar a resolução deste tribunal, mas foram ignorados.
“Todo mundo que assume a responsabilidade por seus votos”, disse, quando perguntado o que aconteceria se o tribunal internacional decidisse decidir contra Fujimori.
“Fizemos todo o possível para evitar que o Estado peruano entrasse em confronto com a Corte Interamericana. Não conseguimos. A Corte Interamericana está reunida justamente neste prazo”, acrescentou.
O magistrado também observou que o caso “apareceu durante a noite” no TC. O principal argumento foi a saúde do ex-presidente. O fato de as reparações civis não terem sido pagas às vítimas dos massacres em Barrios Altos e La Cantuta, nem pediram perdão, foi ignorado.
CONTINUE LENDO