Oscars 2022: Anthony Quinn, o mexicano que ganhou dois Oscars na mesma categoria

O artista de Chihuahua conseguiu ganhar 4 indicações para o Oscar, inclusive para “Melhor Ator”

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A 94ª edição do Oscar está a poucas horas de distância e com ela a euforia pelo prêmio mais importante da sétima arte do mundo gerou grande interesse. É por isso que a história dos latinos na cerimônia ao longo de sua história gerou a busca por atores, diretores, fotógrafos e muito mais que ganharam ao ganhar indicações ou mesmo ganhá-las.

Anthony Quinn foi um ator, diretor de cinema, pintor, escritor e escultor mexicano nacionalizado americano que recebeu vários prêmios, incluindo dois Oscars, fazendo dele a primeira história de sangue asteca a não apenas conquistá-los, mas a fazer esse ato na mesma categoria com apenas 4 anos de diferença: “Melhor Coadjuvante Ator” em 1953 para ¡Viva Zapata! e em 1957 por El Loco del Pelo Rojo.

O ator nascido em 21 de abril de 1915 em Chihuahua, foi batizado com o nome de Antonio Rodolfo Quinn Oaxaca, já que seu pai era de origem irlandesa e sua mãe era mexicana, que se conheceram durante a Revolução Mexicana, da qual ambos participaram. A mistura de culturas foi uma das principais motivações para ele continuar desempenhando vários papéis com tonalidades de muitas nacionalidades.

Prêmios do Oscar
O vencedor do Oscar Anthony Quinn posa no Oscar em Hollywood, Califórnia, 27 de março de 1957. Quinn ganhou melhor ator coadjuvante por seu papel em “Lust for Life”. (Foto AP)

Desde muito jovem, sua família se mudou para os Estados Unidos e, como a situação econômica não era favorável, Antonio teve que trabalhar desde os 5 anos e ainda mais quando seu pai morreu. Alguns dos negócios que ele realizou foram vendedor de jornal, limpador de botas, pedreiro e até boxeador durante a adolescência. Profissões das quais nunca se envergonhou e depois do estrelato recordou com alegria toda vez que um jornalista lhe perguntava sobre o assunto.

Anthony Quinn fez um curso de pintura e atuação na Polytechnic High School e em arquitetura com Frank Lloyd Wright, mas apesar de jogar por um tempo e fazê-lo de uma maneira extraordinária de acordo com os críticos da área, seu destino já estava direcionado para a atuação. Por esse motivo, não demorou muito para que sua atuação no sétimo chegasse com projetos que, embora não fossem muito lembrados, contribuíram para tornar realidade a ascensão à fama.

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O ator era mexicano de nascimento e se tornou americano algum tempo depois. (Foto: Arquivo)

Seus pininos foram apresentados no teatro quando ele tinha 21 anos, e mais tarde fez sua estreia no mundo do cinema como figurante em filmes como A Via Láctea, de Leo McCarey e The Prison Vultures, de Louis Friedlander. Apesar disso, seu primeiro grande momento na tela grande foi com o filme A Via Láctea (1936) e com um papel no filme Parole (1936). Em ambos, a presença “extra” tornou-se um foco que o público americano não desgostava, então mais papéis vieram rapidamente.

Apesar de ter se casado com a filha do cineasta Cecil B. De Mille, Katherine, a carreira de Anthony Quinn estagnou em papéis coadjuvantes nos quais ele interpretou nativos americanos, mafiosos italianos, gangsters, filipinos e hispânicos, personagens que não enriqueceram sua profissão.

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O ator morou apenas 5 anos no México (Foto: Arquivo)

Com Black Gold, a fama internacional apareceria diante de seus olhos quando este filme ganhou sua primeira liderança, sendo o ano de 1947 muito significativo em sua vida, pois também foi nacionalizado nos Estados Unidos ao mesmo tempo. Lá ele personificou um nativo americano que se torna um milionário do petróleo. Além disso, ele retornou ao teatro com o personagem de Stanley Kowalski na peça Um bonde chamado desejo, com o qual recebeu vários elogios da crítica.

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Ele morreu aos 86 anos de idade (Foto: Arquivo)

Em 1952, ele alcançou o topo quando ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua participação no filme ¡Viva Zapata! , ao lado de Marlon Brando, interpretando o irmão de Emiliano Zapata, Eufemio. Foi assim que Anthony Quinn se tornou o primeiro mexicano a obter uma estatueta de ouro da Academia.

Viva Zapata! foi um filme biográfico americano de 1952 dirigido por Elia Kazan. Ele narra a vida do líder revolucionário mexicano indo de suas origens camponesas, sua trajetória revolucionária até sua morte. O filme foi fundamental na mitologização de Zapata que hoje podemos aprender sobre o ídolo mexicano e foi aqui que a história foi feita dentro da história do Oscar para os mexicanos.

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O ator posou com seu prêmio (Foto: Arquivo)

Com esse prêmio em mãos, a carreira de Quinn ganhou um novo ar que o levou a ganhar seu segundo Oscar, na mesma categoria, em 1956, graças à sua atuação como pintor Paul Gauguin em Lust for Life, filme sobre a vida do artista Vincent van Gogh, no qual ele apareceu apenas oito minutos.

Este ato bate dois grandes recordes para os latinos: tornar-se o primeiro mexicano a ganhar o mesmo prêmio na mesma categoria, além de ganhar o reconhecimento da Academia por um trabalho impecável que o tornou uma das performances mais curtas da história do cinema para ainda ganhar a estatueta de ouro.

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Isso é o que parecia no filme (Foto: Arquivo)

Infelizmente, ele morreu com sua última esposa e filhos em um hospital em Boston em 2001, aos 86 anos, como resultado de uma pneumonia grave contraída após ser submetido a quimioterapia devido ao câncer de esôfago. Algumas de suas cinzas foram jogadas no Copper Canyon em Chihuahua e o resto de suas cinzas jaziam em sua propriedade em Rhode Island.

O trabalho profissional de Anthony Quinn tornou-se não apenas uma referência de sucesso para atores e atrizes mexicanos, mas para toda a guilda latino-americana, pois é o exemplo de que não apenas ser originário dos Estados Unidos pode ganhar o Oscar. Nesta edição de 2022, as chances de outro mexicano entrar na lista são grandes.

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