Neste domingo, a Procuradoria-Geral da República acusou formalmente Jairo Alfredo Fernández Queep, ex-prefeito de Sincelejo, Sucre. O ex-funcionário é acusado do crime de contrato sem o cumprimento dos requisitos legais.
O comunicado de imprensa emitido pela entidade também menciona a acusação de dois funcionários que acompanhariam Fernández no crime: o ex-secretário de Saúde, Remberto Carlos Gómez Martínez, e o gerente do Hospital San Francisco de Asís, em Sincelejo, Salva Rapag Carmichael.
Os factos pelos quais os ex-funcionários públicos são investigados dizem respeito à celebração do contrato interadministrativo para a prestação de serviços 004 de 19 de março de 2015. Lá, o governo Fernández se comprometeu a “realizar atividades de segurança alimentar e nutricional; atendimento integral às doenças infantis; programas de saúde sexual e reprodutiva; e saúde bucal”, explicou o órgão de pesquisa.
O contrato estabeleceu que o valor estabelecido para essas atividades seria de 420 milhões de pesos e o tempo de execução seria de oito meses. Também foi acordado que refrescos devem ser fornecidos a crianças entre seis meses e três anos de idade, e mulheres de comunidades vulneráveis, povos indígenas, pessoas de ascendência africana e população deslocada. Além de criar um subprograma sobre mães que amamentam, saúde sexual, saúde bucal e mental.
As conclusões do Ministério Público
As provas do Ministério Público indicavam que o então prefeito determinou que o contrato deveria ser entregue diretamente em San Francisco de Asís de Sincelejo, sem um processo seletivo objetivo ou o recebimento de outras propostas comerciais. Com isso, “o centro de saúde se beneficiou sem apresentar uma proposta formal ou a apresentação de seu portfólio de serviços”, explicou a entidade.
Por outro lado, o órgão de investigação salientou que o hospital, alegadamente, “não tinha capacidade técnica ou operacional para cumprir as disposições”. Por esse motivo, “foram feitos quatro subcontratos para garantir o fornecimento de produtos médicos e alimentos, transporte, papelaria e materiais publicitários”, explicou o Ministério Público. O montante fixo de 420 milhões de pesos foi de 572 milhões de pesos com a terceirização.
O ex-secretário de Saúde, Remberto Carlos Gómez Martínez, foi quem liquidou o contrato e teria certificado o cumprimento de tudo o que estava acordado, sem ter os documentos que sustentavam as atividades supostamente realizadas.
A investigação foi liderada por um promotor da Direção Especializada Contra a Corrupção, que determinou que essas constatações “violavam deliberadamente os princípios de seleção objetiva, planejamento, prestação de contas, economia, transparência e publicidade”, afirmou o Ministério Público no documento. Há evidências de que um interesse particular foi imposto às regras de contratação pública existentes.”
Por sua vez, um juiz criminal do Circuito Sincelejo garantiu que as audiências preparatórias para o julgamento começarão em julho.
Recorde-se que este caso de corrupção é um exemplo da preocupação que os cidadãos têm sobre como os recursos são geridos no país. De acordo com o recente índice de percepção de corrupção realizado pela Transparência Internacional, a Colômbia não avançou muito nesse ponto porque ocupa a 87ª posição entre 180 países avaliados, com uma pontuação de 39 pontos em 100.
Enquanto, um estudo da GfK, a consultoria global que oferece conhecimento a partir de dados e perspectivas para a tomada de decisões corporativas inteligentes, observou que a corrupção é a primeira das 10 preocupações mais frequentes dos colombianos. Com 32,2%, esse problema está no topo da lista, seguido pelo crime com 31,9%.
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