Luciana Temer, filha mais velha do ex-presidente brasileiro Michael Temer (20016-2018), revelou este sábado que anos atrás foi estuprada após um assalto à mão armada, mas observou que nunca disse nada por medo de expor a si mesma e a sua família.
“Eu tinha 27 anos, havia deixado recentemente o cargo de comissária em uma delegacia feminina e a coisa mais natural do mundo seria ter feito a denúncia, mas eu não fiz”, disse Temer durante entrevista à plataforma Mina, ligada ao provedor de serviços de Internet UOL.
“Eu pensei que eles nunca encontrariam, então eu disse para mim mesmo: 'Por que me expor? 'Como se o fato de eu ter sido vítima de violência sexual me expusesse”, acrescentou.
Naquela época, a advogada, hoje com 53 anos, só revelou o trágico acontecimento ao marido e às irmãs e depois aos filhos, de modo que os fatos só eram conhecidos em um ambiente familiar muito fechado, que hoje considera “estúpido”.
“A violência sexual está permeando nossa sociedade. Esse é o único crime em que a vítima tem vergonha de ter sofrido, o que é absurdo”, disse.
Luciana Temer, que hoje dirige uma fundação que ajuda crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual, considera fundamental que tais casos sejam denunciados, uma vez que o silêncio “perpetua” esses abusos.
“Precisamos conversar para descobrir que não estamos sozinhos. Enquanto não quebrarmos o silêncio, essa realidade permanecerá”, disse.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pelo menos 56.098 mulheres foram estupradas em 2021 no Brasil, um aumento de 3,7% em relação a 2020, o que significa que a cada 10 minutos uma mulher foi abusada sexualmente.
O advogado é o mais velho dos cinco filhos do ex-presidente Temer, que assumiu o cargo de chefe do Estado brasileiro em agosto de 2016, após a demissão de Dilma Rousseff, acusada de supostas irregularidades financeiras para alterar contas públicas em um julgamento de impeachment.
Com informações da EFE
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