Na tarde desta quinta-feira, 24 de março, Jonathan David Castro Acuña, suspeito assassino de Luciana Moscoso Moreno, mulher trans que foi assassinada em 9 de junho de 2021, foi enviado para a prisão no bairro de Ciudad Berna, no sul da capital da República. Este assassinato, de acordo com as autoridades, teria sido executado por Castro Acuña por roubar objetos de valor e dinheiro que ele tinha em sua casa.
Segundo o Ministério Público, as imagens das câmeras de segurança mostram que Castro Acuña foi a única pessoa que entrou na casa onde Luciana morava, no dia e no momento do assassinato, as imagens também veem o réu saindo do local.
“O corpo sem vida da mulher foi encontrado dois dias após o crime, depois que a comunidade alertou sobre circunstâncias estranhas que detectaram. Durante a verificação da casa, parentes e algumas pessoas próximas a Luciana Moscoso indicaram que alguns objetos de valor e dinheiro haviam sido roubados”, disse o órgão de investigação em seu relatório judicial.
As autoridades encontraram Luciana sem vida e em estado de decomposição no apartamento onde ela residia localizado na corrida 12D com a rua 11 sul, no setor Ciudad Berna. Um vizinho do setor alertou a polícia de que da casa da jovem havia um cheiro ruim e havia moscas. Além disso, por vários dias eles não tinham ouvido ou visto Luciana no bairro.
Quando as autoridades entraram na casa, o corpo da estilista estava enrolado em um cobertor em sua cama e ela estava vestindo as mesmas roupas que a viram uma semana antes, aproximadamente. A partir desse momento, a investigação revelou, com base em registros de câmeras de segurança, que Castro Acuña teria sido a única pessoa a entrar na propriedade onde a vítima morava, no dia e durante as horas em que ocorreu o assassinato e posteriormente deixou o local.
O relatório da necropsia mostrou que a causa da morte de Luciana foi um ferimento de arma afiada no pescoço. Por esses eventos, o Ministério Público acusou Castro Acuña dos crimes de homicídio qualificado e roubo qualificado, acusações que não aceitou.
A Ouvidoria tem um registro de que, em 2021, 35 casos de assassinatos de mulheres transexuais foram relatados na Colômbia. Esses números posicionam a Colômbia como o quinto país com mais assassinatos de mulheres trans, seguido pelas Filipinas, com 17 casos; Argentina, com 14, e Paquistão, com 11.
Segundo Carlos Camargo, ouvidor, as mulheres transexuais são as que “suportam com mais rigor a marginalização e a violência”, e pediram às autoridades que reforcem as investigações para levar à justiça os responsáveis por esses assassinatos. Ele também pediu que eles recolhessem as “recomendações emitidas pelo Gabinete do Provedor de Justiça nos Avisos Antecipados para evitar tais casos”.
Gerson Vergara, ouvidor regional do Valle del Cauca, disse que “para evitar esses atos de violência em 2022, a Ouvidoria está trabalhando sob quatro pilares básicos. A primeira é a naturalização da diversidade, por meio de processos de conscientização comunitária. Seguido pelos processos de sensibilização das instituições, a fim de evitar ações de discriminação e que os cidadãos possam ver as autoridades como aliadas”.
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