Jorge Canchi Ramos se tornou o 11º signatário da paz morto na Colômbia em 2022. O evento que acabou com a vida de ex-combatentes da ex-guerrilha das FARC ocorreu na madrugada desta quinta-feira, 24 de março. O corpo foi encontrado na aldeia 20 de Julio, na área rural de El Tambo (Cuaca).
Moradores da comunidade encontraram o corpo do indígena de 42 anos, com vários tiros e o transferiram para o Conselho de Ação Comunitária de Playa Rica. Até agora, as autoridades nacionais não têm ideia dos atores materiais desse novo ataque a um signatário da paz.
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O presidente do Partido dos Comuns e representante dos ex-combatentes, Rodrigo Londoño, disse através de sua conta no Twitter: “Lamento profundamente ter que denunciar um novo homicídio de um signatário da paz. Meu abraço de condolências a sua família e entes queridos. Apesar da dor e da indignação, eles não serão capazes de nos impedir na luta pela paz”.
Além disso, ele compartilhou uma declaração da Corporação Nacional para a Reincorporação dos Comuns (CNRC) intitulada: “Genocídio Continua”. Nisso, o partido nascido do Acordo de Paz entre o Estado colombiano e as ex-FARC, alerta que “desde 2020 a Ouvidoria vem emitindo alertas antecipados de risco iminente e estrutural para El Tambo. Esse assassinato se soma aos atos de violência contra os signatários da paz que se intensificaram em todo o país”, diz.
O alerta antecipado referido pelo CNRC é 047-20. Nele, o Gabinete do Provedor de Justiça convida a Agência de Reintegração e Normalização (ARN) e a Unidade Nacional de Proteção (UNP), para lidar com “casos individuais e coletivos de risco de ex-combatentes no processo de reintegração nos municípios da Argélia e El Tambo, que são para seus conhecimento”.
Canchi Ramos estava em processo de reintegração no departamento de Cauca, quando foi atacado pelo desconhecido. No alerta, a entidade do Ministério Público solicitou às duas instituições mencionadas, “que promovam a formulação e adoção de uma estratégia específica voltada para a proteção coletiva e individual dos ex-combatentes das FARC-EP que estão avançando seu processo de reintegração fora das ETCRs”.
O Partido dos Comuns responsabiliza o governo nacional pelos constantes ataques a ex-combatentes, na declaração compartilhada por Rodrigo Londoño, foi enfatizado, “apenas alguns dias atrás denunciamos o assassinato de Domingo Mancilla em Guapi, o que mostra a falta de garantias para a vida que o comunidade tem em processo de reincorporação pelo governo nacional”.
De acordo com o Indepaz, 310 signatários já foram mortos desde a assinatura do Acordo de Paz e 11 até agora em 2022. Em Cauca, estão presentes a Frente Diomer Martínez de la Segunda Marquetalia e a Frente José María Becerra del Eln, que seriam responsáveis por esses atos violentos. O Secretário de Governo de Cauca, Luis Cornelio Angulo, disse que “eles têm trabalhado com diferentes entidades e instituições para evitar que esse tipo de evento aconteça novamente”.
“Com esse novo assassinato, responsabilizamos o Governo Nacional por esses crimes que vêm crescendo dia a dia. Ontem tivemos uma reunião sobre garantias de segurança no departamento de Putumayo, quando continuamos a aprender sobre esses fatos. Isso deve parar”, disse o pastor Alape, delegado do Partido dos Comuns.
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