Apesar de ter sido publicado o áudio e o vídeo VAR da polêmica ação ocorrida nos últimos minutos entre Perú e Uruguai, como parte da penúltima data das Qualificatórias Sul-Americanas, a dúvida permanece para muitos. Além disso, são questionadas as ações do árbitro Anderson Daronco, que, segundo Victor Hugo Rivera, ex-árbitro da FIFA que falou pela Infobae Perú, não estava à altura da tarefa.
A POSIÇÃO DE VÍCTOR HUGO RIVERA, EX-ÁRBITRO DA FIFA
- Como o árbitro deve agir diante desse movimento polêmico?
O árbitro teve que assumir total responsabilidade pela partida, conforme estipulado pelos regulamentos. No momento em que o jogo parou, ele deve ter feito o sinal indicando que vou ver a imagem e determinar. Depois de revisar as imagens, garanto que as pessoas não teriam sido tão duvidosas, mas sim esperar pela imagem da Conmebol e vê-la teria havido menos agitação, menos controvérsia.
- A partida pode ser cancelada?
A partida não pode mais ser cancelada porque acabou, se tivesse havido alguma falha ou erro do árbitro, no qual não houve, as imagens confirmam que estava correta. Nada acontece, o placar é mantido e, se ele estivesse errado, o mesmo, mas se houver penalidade para o árbitro.
- O que a FPF deve fazer?
Ontem à noite a FPF deve ter apresentado uma reclamação sobre como o mecanismo VAR foi realizado. Também solicite imagens que já foram publicadas pela Conmebol. De qualquer forma, é sempre bom deixar um documento na estrada.
- O que você teria feito se estivesse na posição de Daronco?
Bom senso. Assuma a responsabilidade pela festa. Eu teria ido ver as imagens e só lá tomei a decisão, considerando que a qualificação para uma copa do mundo está sendo disputada. Não faz parte de um campeonato, três pontos, não, são decisões para uma copa do mundo.
- Assistindo ao áudio e vídeo do VAR, você acha que há manipulação no vídeo? Você acha que esses são os ângulos certos para dar a decisão?
Vou pegar as imagens que a Conmebol apresentou. No final, são as ferramentas válidas para tomar a decisão correspondente. Se foi manipulado ou não, isso permanece para a especulação de muitos. O ângulo que eles tomam, que é oposto às imagens comerciais, prova que a câmera está em linha reta com a linha do gol e a meta, para que você possa ver que ela está em uma localização muito boa.
A PEÇA CONTROVERSA
A ação aconteceu 92 minutos após o noivado no estádio Centenário, em Montevidéu. Miguel Trauco tentou fazer um cruzamento, mas a bola tomou a direção do gol. Por causa da altura da bola, o goleiro teve que dar alguns passos para trás e quando a pegou deu a sensação, nas primeiras imagens, de que mexeu com tudo e com a bola. No entanto, de acordo com novos tiros VAR, a bola não entrou 100%.
Por outro lado, apesar da demanda dos futebolistas peruanos por vários minutos, o juiz brasileiro não se atreveu a rever a ação em nenhum momento e só tomou a decisão por causa do que foi dito por aqueles que estavam no VAR. “A bola não entrou completamente”, pode ser entendido nos áudios.