Medida cautelar do Conselho de Estado ao pastor Alape na entrega de mercadorias das ex-FARC

O ex-combatente queria interromper o processo de rendição até que nenhum esclarecimento fosse feito entre o indivíduo e o coletivo.

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En la imagen, Pastor Alape, exguerrillero de las FARC. EFE/Ricardo Maldonado Rozo/Archivo
En la imagen, Pastor Alape, exguerrillero de las FARC. EFE/Ricardo Maldonado Rozo/Archivo

O Conselho de Estado negou uma medida cautelar que o pastor Alape, ex-combatente e ex-membro do secretariado das FARC, havia solicitado em 2021 sobre a enumeração e entrega de bens obtidos pela organização extinta.

Especificamente, Alape havia reclamado contra uma seção do Decreto 1407 de 2017, que exige que ex-combatentes façam uma lista de suas propriedades durante o tempo que passam nas Áreas de Transição de Normalização.

Segundo ele, esse pedido impôs um encargo adicional às pessoas singulares em processo de reintegração, o que “não se refere à obrigação de inventário estabelecida em relação às FARC-EP”.

A Alape pediu que o processo de listagem de ativos fosse suspenso até que fosse decidido quais bens fazem parte da comunidade e quais outros pertencem a cada um.

No entanto, o Conselho de Estado discorda desse argumento. Segundo o tribunal, o Acordo Final não foi negociado individualmente, mas em conjunto com todos os membros da guerrilha extinta sob uma unidade de comando. Assim, todos os que assinaram tiveram que assumir os compromissos decorrentes do contrato e seus bens foram considerados coletivos.

Os ativos incluídos no inventário serão usados em um fundo autônomo que será usado para a reparação das vítimas das ações violentas das FARC. A criação deste fundo faz parte do Acordo Final, é necessária e representa um ato constitucional “porque materializa o dever dos autores de fazer reparação às suas vítimas”.

Por esse motivo, o Conselho de Estado negou a providência cautelar e manteve firme a exigência de entrega da mercadoria o mais rápido possível, uma vez que a data inicial — dezembro de 2020 — já expirou.

Enquanto isso, dois ex-combatentes foram mortos esta semana no departamento de Cauca. Um deles, Domingo Mancilla, foi abatido no município de Guapi na última terça-feira. O outro, Jorge Chanchi Ramos, de origem indígena, foi encontrado morto em uma aldeia de El Tambo.

Após as mortes de Chanchi e Mancilla, o número de signatários mortos este ano sobe para 11, de acordo com relatórios do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz).

Segundo Rodrigo Londoño, ex-chefe das extintas FARC e presidente do partido Comunes, esses assassinatos são evidências da falta de garantias vitalícias que o governo nacional estaria oferecendo aos signatários. Ele acompanhou sua denúncia com uma mensagem de condolências por meio de sua conta no Twitter:

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