Em Coatepec, Veracruz, esta sexta-feira está marcado o último dia do julgamento oral contra July Raquel, onde a jovem defende sua inocência em relação ao assassinato do reitor da Universidade de Valladolid e luta para que o judiciário daquele estado admita recomendação 51VG/ 2022 como prova documental emitida pela Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que credencia que o acusado foi vítima de tortura sexual por policiais ministeriais do Ministério Público daquela entidade após ser preso na Cidade do México.
Em entrevista à Infobae México, Melissa Zamora, advogada do Prodh Center, explica que a juíza responsável pelo julgamento oral deve considerar que a tortura sexual contra July Raquel teve impacto no processo criminal em que a Procuradoria Geral de Veracruz está tentando provar seu envolvimento no assassinato de Guadalupe Martínez Aguilar, ocorrido em 29 de junho de 2020.
A respeito disso, esta organização não governamental teme que um veredicto final seja alcançado por meio de uma série de violações dos direitos humanos de julho Raquel, e embora a jovem e sua família estejam preocupados com a relutância das autoridades judiciais em admitir provas a seu favor, Julho ela mesma está esperançosa de ser capaz de provar sua inocência, já que no dia dos eventos ele estava a quilômetros de distância de Veracruz.
Após sua prisão em 2020 e a imposição de prisão preventiva na prisão de Pacho Viejo, as autoridades de Veracruz resistiram à prática do Protocolo de Istambul para determinar se julho foi submetida a atos de tortura durante o processo ministerial durante sua captura na Cidade do México e subsequente transferência para Veracruz.
Com o apoio do Centro Prodh, a jovem pôde levar seu caso à Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que constatou que havia práticas de tortura e, por esse motivo, emitiu recomendação 51VG/2022 em janeiro deste ano dirigida ao Governo de Cuitláhuac García e à Procuradoria-Geral da República, no entanto, em nenhum dos casos foi aceita.
Melissa Zamora comentou que esta recomendação emitida pela CNDH deve ser considerada pelo juiz como um documentário público que ajuda a reforçar o depoimento de July Raquel. Ele acrescentou que o juiz também deve refletir sobre o propósito da polícia ministerial em submeter a jovem a essas práticas e se elas afetaram o processo penal contra ela.
O advogado indicou que esta organização acompanha a jovem como sobrevivente de tortura sexual e ressaltou que o juiz de Veracruz se recusou a permitir que funcionários de direitos humanos assistissem ao julgamento oral, violando os princípios da publicidade, além do fato de que não havia base legal para apoiar a decisão e apenas afirmou que o Gabinete do Procurador se opôs à entrada de observadores.
Sobre a forma como o representante do judiciário de Veracruz abordou o caso de tortura, A ONG indica que o juiz considera que esses fatos não estão ligados ao processo criminal para o caso de assassinato, o que poderia avançar para onde a decisão final aponta.
Por outro lado, a defesa pessoal de July Raquel afirmou que o Ministério Público de Veracruz tem uma base fraca em suas acusações contra a jovem. Reportagens conhecidas antes do julgamento que ocorre nesta semana sugerem que o Ministério Público se baseou em uma cópia simples de um suposto contrato para a compra e venda do carro usado no crime, e no qual julho está supostamente listado como proprietário.
Também aconteceu, durante o ano passado, que as evidências de especialistas não conseguiram vincular a assinatura original de julho à que aparece no suposto documento. Soube-se ainda que as imagens da mulher que supostamente participou do crime de homicídio não correspondiam às características físicas do agora acusado.
Nesta sexta à noite, o juiz que conduz o julgamento deve dar seu veredicto para determinar a inocência ou culpa de July Raquel, embora haja uma boa chance de que a audiência seja prorrogada até segunda-feira, disse a advogada Melissa Zamora.
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