Fecode pede ação do Ministério da Educação para prevenir a violência sexual

O sindicato dos professores acusa que as autoridades educacionais territoriais do país não têm as ferramentas para acelerar os processos disciplinares contra supostos agressores de crianças e adolescentes

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Nesta sexta-feira, 25 de março, a Federação Colombiana de Trabalhadores em Educação (Fecode) enviou uma carta ao Ministério da Educação, solicitando novas ações para prevenir a violência sexual nas escolas do país.

Na carta, os professores pediram ao governo nacional para ampliar a cobertura da aplicação da Diretiva 01 de 2022, na qual o Ministério emitiu diretrizes às autoridades territoriais, para a prevenção da violência sexual em espaços acadêmicos na Colômbia.

A comunicação é dirigida à Ministra da Educação, María Victoria Angulo, onde também é solicitada a reforçar a nomeação de professores de aconselhamento em instituições de ensino para o atendimento oportuno de potenciais vítimas de violência sexual e de gênero.

O sindicato dos professores colombianos afirmou que deve haver uma melhor orientação para atender adequadamente as vítimas desses casos: “Um maior grau de priorização deve ser dado no campo disciplinar exercido pelos chefes de controle disciplinar das entidades territoriais, certificados para garantir o devido processo legal e o acesso à administração da justiça para ambos, investigados e vitimados”, lê-se na carta.

A denúncia da Fecode centra-se no fato de que as autoridades territoriais não possuem as ferramentas necessárias para alcançar maior rapidez nos processos disciplinares, contra funcionários acusados de cometer atos abusivos contra crianças e adolescentes em idade escolar.

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A Diretiva a que a Fecode se refere, foi assinada em 4 de março, pelo ministro Angulo e uma das determinações enunciadas no documento é que “o Estado, através de todos e cada um de seus agentes, tem a responsabilidade indesculpável de agir em tempo hábil para garantir a realização, proteção e restauração dos direitos das crianças e dos adolescentes”.

A primeira medida emitida pelo Ministério, às autoridades educacionais e escolas, é que, quando tomam conhecimento de uma suposta vítima ou de uma ação de violência sexual contra um aluno: “em todos os momentos, o pessoal da instituição de ensino, bem como o pessoal do órgão territorial certificado em a educação deve proporcionar cuidados, acompanhamento e apoio à criança ou adolescente vítima, priorizando seus direitos em cada uma de suas ações, não subestimando a queixa ou situação de risco, mas, ao contrário, agindo diligentemente e em tempo hábil”.

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A diretiva também orienta ações de natureza administrativa, na seleção, nomeação ou contratação de pessoal administrativo ou educadores, para a prevenção e tratamento de situações de violência sexual no ambiente escolar. Também integra ações a serem tomadas para que, em caso de supostos casos de violência sexual, sejam tomadas ações sem revitimização e a integridade e as informações do caso sejam protegidas.

Outra solicitação feita pelo sindicato é a realização de ações pedagógicas, com capacitação para professores e gestores, para a prevenção de atos abusivos sexuais nas faculdades e escolas do país. Da mesma forma, apontaram para a necessidade de que isso “seja direcionado às secretarias de educação para formar equipes interdisciplinares que tenham competência específica para realizar a prevenção, o cuidado e o acompanhamento de casos de violência sexual e de gênero no ambiente escolar”.

Com base em informações relatadas por 81 Entidades Territoriais Certificadas ao Ministério da Educação, sobre casos de suposto abuso sexual em ambientes escolares para o período de janeiro de 2018 a fevereiro de 2022, 876 casos são registrados em todo o país, dos quais 65 foram sancionados, 127 foram arquivados e 684 estão sob investigação.

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