A União Europeia e os Estados Unidos concordaram com medidas para reduzir a dependência do gás russo

O país norte-americano buscará trabalhar com parceiros internacionais para fornecer 15 bilhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito até 2022. A Alemanha prometeu dispensar rapidamente o carvão e o petróleo de Putin

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Imagen de archivo de las instalaciones de Gazprom en el yacimiento de gas de Bovanenkovo, en la península ártica de Yamal, Rusia. 21 mayo 2019. REUTERS/Maxim Shemetov
Imagen de archivo de las instalaciones de Gazprom en el yacimiento de gas de Bovanenkovo, en la península ártica de Yamal, Rusia. 21 mayo 2019. REUTERS/Maxim Shemetov

Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) anunciaram na sexta-feira medidas para reduzir a dependência do bloco europeu do gás russo, enquanto a Alemanha disse que quer dispensar rapidamente o carvão e o petróleo comprados à Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia.

De acordo com um anúncio feito esta sexta-feira, os Estados Unidos “trabalharão com parceiros internacionais e se esforçarão para garantir um volume de gás natural liquefeito [GNL] para o mercado da UE de pelo menos 15 mil milhões de metros cúbicos até 2022″.

Além desta contribuição para o mercado energético europeu, um grupo de trabalho entre Washington e Bruxelas se concentrará na diversificação do fornecimento de gás para a UE, que é fortemente dependente das compras da Rússia, especialmente no caso da Alemanha.

O forte aumento dos preços da eletricidade causou bandeiras vermelhas na UE já no final de 2021, embora essa situação tenha piorado drasticamente após a invasão russa da Ucrânia há um mês.

Estima-se que a UE compre cerca de 150 bilhões de metros cúbicos de gás da Rússia anualmente, pouco mais de 40% das importações europeias desse combustível, em um alto grau de dependência que o bloco agora busca quebrar.

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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (REUTERS/Evelyn Hockstein)

Enquanto isso, no primeiro semestre de 2021, o gás dos EUA representou cerca de 6% das importações europeias.

O grupo anunciou esta sexta-feira terá entre seus objetivos “garantir a segurança energética para a Ucrânia e a UE” para o próximo inverno boreal.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse sexta-feira, em Bruxelas, que o presidente russo, Vladimir Putin, havia “usado os recursos energéticos de seu país (...) para manipular seus vizinhos”.

Por esse motivo, disse ele, os Estados Unidos bloquearam todas as importações de hidrocarbonetos da Rússia, contando com seu status de país exportador de energia, mas garantiu que outros países não tinham condições para fazer o mesmo.

“Os Estados Unidos e a União Europeia vão trabalhar juntos e tomar medidas concretas para reduzir a dependência do gás natural” e maximizar o uso de energia renovável, acrescentou.

Enquanto isso, um alto funcionário dos EUA disse à imprensa que estava claro que Putin usa “energia como arma para forçar e desestabilizar a Europa. E o grupo que anunciamos no dia atingirá sua capacidade de fazer isso.”

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O chanceler alemão Olaf Scholz (REUTERS/Johanna Geron)

Alemanha anuncia passos concretos

Esta sexta-feira, a Alemanha anunciou medidas para se livrar de sua dependência do carvão e do petróleo vindos da Rússia até o final deste ano, embora espere quebrar essa necessidade de gás apenas em meados de 2024.

Os primeiros passos importantes foram dados para nos libertar da influência das importações russas”, disse o ministro da Economia, Robert Habeck, em conferência de imprensa.

Habeck destacou que as importações russas de petróleo serão reduzidas para metade até meados do ano, com a independência quase total projetada até o final do ano.

Ele também acrescentou que “até o outono” o país será “independente do carvão russo”.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a pressão se multiplicou para que a UE adote sanções que atingem as exportações de petróleo russas, mas essa ideia enfrenta resistência na ausência de um substituto imediato.

A dependência da Europa do gás russo é tão profunda que as sanções da UE aos bancos russos não incluem bancos onde os países do bloco fazem pagamentos por suas importações de combustível.

A situação piorou ainda mais na quarta-feira depois que Putin anunciou que seu país exigirá que “países hostis” (em referência à UE) paguem em rublos por suas compras de gás.

A Alemanha reagiu com raiva e imediatamente, alegando que isso representaria uma falência de contratos. “Vamos discutir com nossos parceiros europeus para decidir como responder a essa demanda”, disse Habeck.

(Por Aldo Gamboa — AFP)

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