A ministra das Relações Exteriores, Marta Lucía Ramírez, anunciou que as autoridades colombianas já entregaram mais de 700.000 cartões com o Status Temporário para a Proteção dos Venezuelanos. O vice-presidente explicou que a medida visa regularizar os migrantes.
“O Estatuto de Proteção da Colômbia é uma referência que eles estão olhando porque hoje a realidade da migração obriga todas as nações do mundo a receber migrantes”, disse Ramírez, de acordo com a Agência EFE. As declarações da chanceler foram feitas em uma reunião com correspondentes internacionais, onde foi questionada sobre como os recursos para atender aos venezuelanos seriam afetados pela guerra na Ucrânia.
A este respeito, a vice-presidente criticou a redução do apoio económico que tem recebido da comunidade internacional face às novas migrações na Europa devido à situação na Ucrânia. “De qualquer forma, vamos insistir até o último dia do Governo em deixar a mesa de doadores organizada no próximo período, porque precisamos de solidariedade”, disse Ramírez.
A agência também comentou que a Colômbia recebeu cerca de dois milhões de venezuelanos devido à crise política, econômica e social que o país enfrenta. Desta forma, Marta Lucía Ramírez explicou a responsabilidade que os países têm de receber os migrantes, “adotá-los e fazê-los viver em condições decentes, que realmente tenham oportunidades e que não fiquem em tendas indefinidamente por sabe-se lá quantos anos”.
O cartão do Estatuto de Proteção Temporária começou a ser emitido em 13 de outubro de 2021, com o objetivo de facilitar o acesso a contratos de trabalho, serviços de saúde e banca. O vice-presidente também expressou preocupação em ver “como as crianças recebem escolaridade”.
Deve-se lembrar que antes deste cartão havia a Permissão Especial de Permissão (PEP), um documento físico que apresentava dificuldades no acesso a questões trabalhistas e bancárias porque era fácil de forjar. Diante disso, o ministro das Relações Exteriores disse que, com o Estatuto, os migrantes venezuelanos que entraram no país antes de janeiro de 2021 legalmente podem acessar o cartão com mais facilidade apresentando o carimbo do passaporte.
“O que a Colômbia tem feito na área da migração, muitos países nos pediram recentemente para compartilhar com eles a experiência de como o estatuto foi elaborado (...) Hoje, a questão da migração vai se tornar uma das questões mais importantes em todo o mundo”, disse Ramírez à Agência EFE.
Em 23 de março, Eduardo Battistini, representante de Juan Guaidó no governo colombiano, confirmou que todas as crianças venezuelanas na Colômbia, que não foram apresentadas em seu país, poderão receber sua certidão de nascimento.
“Graças à ditadura, milhares de crianças deixaram o país sem serem introduzidas; por isso, e graças às fortes relações existentes entre a Embaixada da Venezuela na Colômbia e as instituições colombianas, pudemos reconhecer as certidões de nascimento feitas pela Embaixada”, disse Battistini.
O único requisito para obter o documento é apresentar a certidão de 'nascido vivo' que é dada no momento do nascimento da criança, a mesma usada para processar a certidão de nascimento na Venezuela. O documento, que é entregue a partir de 23 de março, é válido para registro no Estatuto de Proteção Temporária, para identificação de menores perante as autoridades colombianas, para registro em unidades educacionais e como identificação com instituições de saúde.
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