Três obras realizadas em El Bagre (Antioquia) tiveram que ser interrompidas devido a ameaças do Clã do Golfo

Vale ressaltar que esse MO não é novo na área. Nos últimos dois anos, o Clã do Golfo ameaçou empreiteiros que trabalham em projetos financiados pelo Estado.

Dois tribunais e uma ciclovia que deveria beneficiar os habitantes de El Bagre (Antioquia) não foram concluídas porque, de acordo com os empreiteiros das obras, os subversivos os ameaçam. Eles dizem que os criminosos estão exigindo grandes somas de dinheiro deles em troca de terminar o trabalho.

As autoridades já estão cientes da situação e dizem que estão investigando os fatos. Investigações preliminares indicam que por trás das ameaças estão as Forças de Autodefesa Gaitanistas da Colômbia (AGC), também conhecidas como Clã do Golfo.

À medida que a investigação avança, a Polícia de Antioquia garante que acompanhará os empreiteiros enquanto os três projetos forem concluídos.

Vale ressaltar que esse MO não é novo na área. Nos últimos dois anos, o Clã do Golfo ameaçou empreiteiros que trabalham em projetos financiados pelo Estado para detê-los. Nessa modalidade, a construção do hospital Nuestra Señora del Carmen e de dois centros de saúde nos distritos de Puerto López e Puerto Claver foram recentemente afetadas.

Além de extorquir empreiteiros, os criminosos intimidam os comerciantes e camponeses locais. Só por esse fato, no domingo (20 de março) as autoridades capturaram Yoimer Alexander Vargas Henao, vulgo Mauricio, líder do Clã do Golfo em Antioquia. O criminoso foi capturado por membros da Polícia Antinarcóticos que o seguiam na trilha porque ele é responsável por dezenas de casos de extorsão, homicídio e tráfico de drogas.

As autoridades indicaram que neste domingo de manhã ativaram a operação do Comando Jungla e chegaram à casa do pseudônimo Mauricio, localizada na aldeia Quebrada, anexa a San José del Urabá, município localizado na sub-região de Urabá de Antioquia. Foi detalhado que a casa em que ele morava era “rústica” e de difícil acesso.

Alias Mauricio foi um dos mais procurados no departamento de Antioquia pelo crime de um concerto para cometer um crime agravado. O homem tinha mais de 10 anos a serviço do Clã do Golfo e atualmente atuou como coordenador do grupo. Entre suas funções, destaca-se a responsabilidade de articular o narcotráfico e gerenciar as finanças da estrutura em Urabá, em Antioquia.

As autoridades colombianas estão observando os movimentos do Clã do Golfo, principalmente em Antioquia. Essa área do país é um ponto-chave para o grupo ilegal porque a partir daqui eles controlam as rotas do tráfico de drogas. Antioquia é ideal para criminosos porque, ao fazer fronteira com Chocó e Córdoba, torna-se o espaço perfeito para eliminar o Pacífico e os narcóticos. Essas atividades ilegais também dão origem a casos de extorsão, deslocamento e recrutamento forçado, o que perpetua a violência vivida no departamento.

Recorde-se que um relatório publicado pela Polícia Nacional em novembro do ano passado indica que o Clã do Golfo opera 12% de todas as culturas ilícitas nos departamentos de Antioquia, Nariño, Norte de Santander, Bolívar, Córdoba e Chocó. Aparentemente, o grupo tem 30 dos chamados narcotraficantes puros, cada um com capacidade para enviar entre 400 quilos e 3 toneladas de drogas por mês para diferentes destinos. Somente no caso da Colômbia, uma vez que a organização teria tentáculos em outros 28 países, foram identificados pelo menos 15 pontos de coleta e expedição nas costas do Pacífico e do Atlântico, para o transporte de cargas em contêineres e lanchas rápidas.

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