Pelo direito de morrer com dignidade: Comissão de Saúde realizou o fórum para a vontade antecipada

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados reuniu um grupo de painelistas especialistas na área para poder iniciar uma discussão ética e secular sobre o tema.

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La activista chilena por el derecho a la muerte digna Cecilia Heyder, en una fotografía de archivo del 5 de abril de 2021. EFE/ Alberto Valdés
La activista chilena por el derecho a la muerte digna Cecilia Heyder, en una fotografía de archivo del 5 de abril de 2021. EFE/ Alberto Valdés

A promoção de políticas na vanguarda dos direitos humanos gerou uma série de amplas discussões sobre novos conceitos a serem aceitos no México. Questões como aborto, eutanásia e objeção de consciência assumiram a perspectiva legislativa e judicial no século XXI, por isso, ao promover avanços nessas questões, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados organizou o Fórum da Morte Digna.

É por isso que nesta quarta-feira, 23 de março, um grupo de analistas se reuniu com deputados de diferentes bancadas para expressar suas principais reflexões sobre o que deve estar relacionado a uma morte digna livre de sofrimento para os seres humanos e, dessa forma, preservando a máxima dignidade na vida.

Emmanuel Reyes (Morena), presidente da Comissão de Saúde; Salomón Chertorivski (MC), Secretário da Comissão de Saúde; e Jorge Álvarez Máynez, coordenador da bancada do Movimento Cidadão (MC) reuniram-se com intelectuais como a Dra. María de Jesús Medina Arellano, Coordenadora Acadêmica do Diploma do Instituto em Saúde e Biolaw da Pesquisa Jurídica na UNAM; Mariana Doberning Gago, Professora de Bioética, Direito e Pessoas e Família na Universidad Iberoamericana; e Juan Antonio Cruz Parcero, Membro do Instituto de Pesquisa Filosófica da UNAM.

Solomon Chertorivsky Woldenberg propôs retirar 1,5 bilhão de pesos do INE para entregá-lo ao setor de Saúde e combater o COVID-19 (Foto: Cortesia /Movimento Cidadão)
Solomon Chertorivski Woldenberg ponderou sobre as novas variantes que estão presentes no contexto mexicano contemporâneo (Foto: Cortesia /Movimento Cidadão)

Da mesma forma, chefes de instituições como Patricio Santillán Doherty, chefe da Comissão Nacional de Bioética do Ministério da Saúde; Maria Asunción Álvarez del Río, presidente da Federação Mundial das Sociedades pelo Direito de Morrer com Dignidade; e Nasheli Ramirez Hernández, presidente da Comissão de Direitos humanos da Cidade do México.

Durante a participação dos legisladores, foram previstos vários postulados de interesse público, por exemplo, Reyes Carmona destacou que o fenômeno da morte digna deve ser tornado visível para que seja reconhecido como um direito e, consequentemente, legislar para que o Estado gere as condições para exercitando esse direito.

Chertorivsky Woldenberg apontou para situações de saúde difíceis de contemplar, como a população geriátrica, a população com câncer e que, globalmente, apenas sete nações têm leis que permitem a eutanásia, algumas mortes assistidas.

“É uma discussão da qual não devemos desistir, mas sim antecipar, ouvindo as vozes e argumentos para poder, como legisladores, gerar as melhores condições para que nossa legislação permita o exercício da morte digna e indolor”

A Câmara Federal dos Deputados do México (Foto: Cortesia)
Espera-se levantar a discussão para envolver todo o plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Cortesia)

A este respeito, Álvarez Máynez destacou que é importante ter os olhos de especialistas da área para poder legislar em aderência à vanguarda do pensamento e não cair em discussões que são sobrecarregadas por avanços nos estudos tanatológicos ou discursos estagnados, uma vez que a dignidade do o ser humano deve ser colocado no centro.

“Os direitos do pessoal de saúde devem ser preservados, além da vontade que os seres humanos têm em que desenvolvemos nossas vidas e em que em algum momento podemos decidir que certas condições virão em um momento de complexidade que não é comum”

Por parte dos palestrantes, suas contribuições profundas para um tópico tão complexo se destacaram. Medina Arellano questionou se viver é um direito ou uma obrigação ou se existe um direito humano a uma morte digna. Doberning Gago disse que discutir o direito de morrer com dignidade e sem dor faz parte de uma discussão mais ampla: o direito à autonomia, uma vez que “é um direito à autodeterminação e o que eu quero para minha própria vida”.

Cruz Parcero argumentou que “eutanásia não é homicídio, não é assassinato, não é genocídio” e que essa noção está associada a certas razões de saúde e sofrimento causados pela doença. Em relação a essa abordagem, ele destacou que a morte deve ser considerada um bem quando a vida não é mais digna e que, para estabelecer uma discussão séria, deve ser baseada em argumentação subscrita à ética secular.

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