A novela Contigo está prestes a chegar ao fim após seis meses de transmissão. A produção de Ignacio Sada, estrelada por Danilo Carrera, Alejandra Robles Gil e Brandon Peniche, conquistou o público da noite ao apresentar um melodrama mexicano clássico com elementos da trama que falam sobre questões atuais.
Em conversa com a Infobae México, Daniela Zavala, que deu vida a “Adela Hidalgo” na novela Televisa, contou sobre sua experiência com o projeto.
“Foi inesperado, eu tinha feito televisão há mais de dez anos, e depois de vários projetos decidi deixar a empresa, como se quisesse fazer mais coisas, estava ansioso para explorar outros formatos”, disse.
Daniela, que também é escritora e produtora, sempre teve a preocupação de contar histórias e representar personagens “com carnita”, por isso não hesitou em elenco para a novela que hoje chega ao fim:
“Desenvolvi fora da Televisa, depois vem o convite do produtor Ignacio Sada para testar o personagem 'Adela'. Quando fui convidada e li a biografia da personagem, fiquei totalmente cativada pela história, achei muito interessante que 'Adela' era uma mulher que acidentalmente perdeu a memória por 13 anos e depois estava em busca de quem ela é, depois de sua família. Pareceu-me que havia muita carnita para mim como atriz com esse personagem”.
Por ser uma novela clássica que apresenta uma história de amor, essa nova adaptação da obra escrita pela falecida Inés Rodena foi atualizada e aspectos sociais foram adicionados à trama com a qual o público pode se identificar.
“Houve uma atualização muito afortunada, havia tópicos sobre os quais há dez anos era impossível falar, por exemplo, no Contigo há um casamento homossexual, há uma menina que tem AIDS, a questão do sexismo em casais é abordada, há muitos tópicos atuais que precisam ser falados sobre e é importante que eles sejam falados em telenovelas deles”, acrescentou.
E é que o alcance do sinal de televisão aberta é tão grande que, para o graduado da CEA de Televisa e da escola de atuação Casa Azul ARGOS, o conteúdo a ser apresentado deve ter uma boa dose de perspectiva e representação social:
“A televisão aberta chega a todos os cantos da República Mexicana e até de outros países, é importante normalizar essas questões, poder falar e assisti-las livremente na televisão sem ter que pagar por isso. Tem uma responsabilidade, o fato de você ligar a televisão e poder parecer essa história em qualquer canto, em qualquer cozinha econômica, em qualquer casa no México é uma responsabilidade”, acrescentou.
Quando Daniela Zavala fez uma pausa nas novelas em 2011, não havia uma gama tão ampla de plataformas digitais como hoje. A ascensão dos serviços de streaming mudou os hábitos de consumo de entretenimento e houve uma queda na audiência em comparação com os anos anteriores. Diante disso, Daniela diz que ainda existe um público cativo para o qual “todos os tipos de histórias devem ser contadas, de diferentes ângulos”.
“Eu acho que a televisão aberta é um formato que vai continuar por muito tempo, há uma audiência privada para assistir a esse formato, o que posso dizer é que eu noto e gostei muito é também ver uma mudança nas histórias... Novas histórias devem ser exploradas e posso dizer que estou vendo uma abertura, uma mudança real”, disse.
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