O cheiro de formigas pode ajudar a detectar câncer e outras doenças

Eles seriam tão eficazes quanto os cães na identificação de células cancerosas. Eles poderiam ser treinados muito mais rápido e barato. Quais são as dúvidas que os cientistas ainda têm sobre esses insetos “detectores”

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A eficácia do cheiro dos cães é conhecida por detectar e, acima de tudo, discriminar quantidades mínimas de compostos orgânicos voláteis (COV), aquelas moléculas minúsculas que identificam substâncias que permitiram um trabalho valioso da espécie canina, que não havia sido ofuscada por nenhum outro espécies.

No entanto, estudos recentes de um grupo de pesquisadores sugerem que as formigas poderiam ser treinadas e seriam eficazes na detecção de alguns tipos de câncer em humanos.

Foi demonstrado que uma certa espécie de formiga pode ser rapidamente treinada para detectar células cancerosas com uma precisão igual à observada em outros animais com capacidades surpreendentes de biossensor, como cães.

Os cães são usados há muito tempo para rastrear drogas, explosivos, pessoas, dinheiro, etc. Eles recentemente aplicaram sua impressionante capacidade olfativa para detectar doenças, como câncer, tuberculose ou mesmo COVID-19.

(Foto: Cortesia da UNAM)
Foi demonstrado que uma certa espécie de formiga pode ser rapidamente treinada para detectar células cancerosas com uma precisão igual à observada em outros animais com capacidades surpreendentes de biossensor. (Foto: Cortesia da UNAM)

A tarefa de treinar e manter um cão com essas características não é rápida nem barata.

O período de treinamento de um cão para fins de detecção pode durar até um ano, então a pesquisa baseada nessa metodologia mudou para o uso de outras espécies, como camundongos, abelhas e até formigas.

Sobre esses insetos, um estudo recente mostrou que uma determinada espécie de formiga é capaz de capturar certos compostos orgânicos voláteis (VOCs) e pode ser treinada para gerar alguma manifestação que a comunica claramente aos humanos.

Enquanto isso, em estudos anteriores, eles descobriram que diferentes tipos de câncer têm seus próprios VOCs e podem ser identificados por eles.

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A tarefa de treinar e manter um cão com essas características não é rápida nem barata, comparada a esses pequenos insetos.

A proposta apresentada pelos cientistas foi baseada na tentativa de determinar se essas formigas poderiam identificar esses COVs e dar sinais claros deles, podendo treiná-las para detectar células cancerígenas.

Os testes se concentraram no câncer de mama, e as formigas poderiam rapidamente ser ensinadas a diferenciar efetivamente as células cancerosas das células não cancerosas com uma precisão semelhante à observada em cães.

A verdade é que, como os cientistas conseguiram determinar, as formigas superam os cães, em alguns aspectos, já que precisam de um tempo de treinamento muito menor. Eles podem ser treinados em 30 minutos, enquanto os cães precisam entre 6 e 12 meses de um cão. Mesmo além do treinamento, a manutenção também tem um custo menor

As formigas representariam, portanto, uma ferramenta de identificação rápida, eficiente e barata para a detecção de compostos orgânicos voláteis de células cancerígenas.

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Esse protocolo testado para detecção de câncer também pode ser adaptado a outras tarefas complexas. (Em estoque)

Esse protocolo testado para a detecção de câncer também pode ser adaptado a outras tarefas complexas, entre as quais metodologias semelhantes à detecção de entorpecentes, explosivos ou até outras doenças podem ser enumeradas.

De qualquer forma, a ciência também levanta a necessidade de resolver alguns tópicos indispensáveis quando se trata de poder aplicar massivamente esse método de detecção.

Entre alguns dos pontos analisados pelos cientistas está a necessidade de mais trabalhos para catalogar e validar perfis específicos de COV para certos tipos de câncer.

Além disso, ainda não está claro como seria a metodologia de comunicação de formigas para relatar a detecção de elementos no mundo real, além do fato de que eles já o fizeram na identificação de amostras específicas em um laboratório.

*O Prof. Dr. Juan Enrique Romero @drromerook é médico veterinário. Especialista em educação universitária. Mestrado em Psicoimunoneuroendocrinologia. Ex-diretor do Small Animal School Hospital (UNLPAM). Professor universitário em várias universidades argentinas. Palestrante internacional.

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