Na última terça-feira, 22 de março, às 9h, foi agendada a audiência de Dairo Antonio Úsuga, vulgo Otoniel perante a Jurisdição Especial para a Paz (JEP), no entanto, teve que ser suspensa pela juíza Nadiezhda Henríquez, por considerar que as condições não estavam em vigor para comparecer às declarações do primeiro líder do Clã do Golfo e que foi chamado como testemunha na investigação sobre o conflito armado em Urabá.
A audiência foi marcada na sede de Dijin, na capital colombiana, mesmo local onde ele está detido desde sua captura. No momento do início, a defesa do pseudônimo Otoniel e do JEP pediram ao magistrado que ocorresse em condições de total privacidade, pois esperavam que Úsuga fosse capaz de fazer algumas declarações mais amplas e detalhadas de alguns fatos.
É por esse motivo que a Polícia Nacional foi solicitada a não fazer parte da guarda e não estar presente na audiência, condição que não foi cumprida pelas autoridades por considerarem que as condições de segurança não estavam sendo cumpridas, então invadiram o complexo duas vezes, sendo esta a razão pela qual A juíza Nadiezhda Henríquez suspendeu o processo.
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Pela segunda vez consecutiva, a presença das autoridades impediu que a audiência ocorresse normalmente. Nesta última ocasião, apesar das advertências diretas da Polícia de Dijin, os policiais se recusaram a deixar o local por razões de segurança nacional. Um major da polícia, diante do interrogatório da magistrada, garantiu a ela que a porta deve estar sempre aberta.
É importante notar que Úsuga fazia parte do Exército de Libertação Popular (EPL) e das Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC) que cometeram crimes na área de Urabá, por isso foi chamado a declarar no caso 04, que se refere à situação territorial da região de Urabá durante o conflito armado que aconteceu lá por muitos anos. A princípio, o pseudônimo Otoniel se recusou a testemunhar, mas depois de receber várias cartas das vítimas reconhecidas pelo JEP, ele decidiu dar sua versão de vários fatos.
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Foi por esse motivo que o PEC pediu a consideração de medidas cautelares para garantir e proteger o testemunho e as informações fornecidas por Dairo Antonio Úsuga. “Os contributos para a verdade que — eventualmente — dá, permitirão que os processos que estão atualmente a ser executados ou abertos pelo PEC e as decisões deles decorrentes, sejam mais eficazes (...), o direito à verdade das vítimas tem um caráter fundamental”, disse o magistrado.
A Seção de Ausência de Reconhecimento da Verdade emitiu medidas cautelares para instruir a Polícia Nacional a garantir a reserva e a privacidade do interrogatório, o diretor da Polícia Dijin, major-general Fernando Murillo, foi convidado a informar sobre os motivos de segurança que a polícia disse interromper o público. No entanto, de acordo com a Blu Radio, que consultou algumas fontes do JEP, haverá um incidente de desacato contra Murillo e a polícia que invadiu duas vezes durante a fase.
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