Venda da Banamex e redução de comissões, a mensagem que a AMLO dará aos banqueiros

O presidente busca que os bancos reduzam suas comissões como intermediários nas transferências de dinheiro que milhões de mexicanos recebem dos Estados Unidos.

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CIUDAD DE MÉXICO, 06ENERO2021.- Andrés
CIUDAD DE MÉXICO, 06ENERO2021.- Andrés Manuel López Obrador, presidente de México, encabezó la conferencia mañanera de este jueves donde trató los temas de economía por los que atraviesa el país, tal como la inflación, el peso y salario mínimo. El mandatario mexicano estuvo acompañado por Carlos Torres, coordinador general de Programas Integrales para el Desarrollo. FOTO: DANIEL AUGUSTO /CUARTOSCURO.COM

Em 24 de março, o presidente Andrés Manuel López Obrador irá ao porto de Acapulco para dar uma mensagem aos banqueiros do México, onde deverá tentar promover sua proposta sobre a venda do Banamex a empresários mexicanos, o investimento no país e a emissão das comissões cobradas por instituições financeiras para clientes para remessas que chegam dos Estados Unidos.

Antes da Convenção Bancária em 2022, López Obrador garantiu que o México atualmente goza de estabilidade e crescimento econômico, razões que o tornam um dos melhores países para receber investimentos estrangeiros. O chefe do Executivo anunciou que esta será a primeira mensagem aos banqueiros para que não percam a oportunidade de promover o desenvolvimento nacional.

López Obrador também proporá as condições básicas para que seu governo aprove a venda da Banamex, como o fato de os compradores serem mexicanos, com solvência econômica para proteger os poupadores e sem dívidas fiscais e, acima de tudo, estarem dispostos a pagar os impostos gerados por esta operação.

Outra questão importante para o presidente são as taxas cobradas pelos bancos nacionais pelo envio de remessas dos Estados Unidos, a fim de modificar as regras para reduzir as margens de lucro para intermediação, já que ele ressaltou que esses fluxos de dinheiro para o país aumentaram históricos durante a pandemia.

O presidente também disse que o último censo nos EUA revela que outros seis milhões de mexicanos que vivem além da fronteira norte e contribuem para a economia mexicana devem ser adicionados. Por esse motivo, os lucros das instituições financeiras são garantidos.

Infobae
Os clientes saem de uma agência bancária do Citigroup Inc. Banamex na Cidade do México, México, na segunda-feira, 28 de março de 2011. O fundo de pensão do Citigroup Inc.” A unidade Banamex está vendendo dívida em peso com vencimentos entre três e quatro anos e transferindo dinheiro para ações com base em preocupações de que a inflação suba. Fotógrafo: Gustavo Graf/Bloomberg

Em 2018, durante sua campanha presidencial, López Obrador participou deste fórum e declarou que, em caso de fraude eleitoral que o impedisse de vencer a eleição, ele não “amarraria o tigre” e se retiraria para seu rancho em Palenque Chiapas, aludindo aos protestos que estão sendo realizados no país.

Na 81ª Convenção Bancária realizada em 2018, o então candidato disse: “Quem soltar o tigre, que o amarre, eu não estarei mais prendendo pessoas após uma fraude eleitoral, isso é claro assim”.

A mensagem foi interpretada como um alerta para um possível movimento social após o processo eleitoral, situação que deixou os investidores receosos que lembraram a atitude beligerante de López Obrador depois de acusar fraude nas eleições de 2006, quando perdeu por pouco para o panista Felipe Calderón.

Exílio de Porfirio Diaz
Várias figuras políticas visitaram Díaz durante os 5 dias em que esteve no porto antes de seu exílio (foto: Mediateca/INAH)

Alguns historiadores apontaram que a frase de López Obrador era uma alusão à frase que Porfirio Díaz proferiu no porto de Veracruz antes de embarcar no navio que o levaria ao exílio na Europa após deixar a presidência do México: “Madero libertou o tigre, vamos ver se ele consegue domá-lo”.

Essa frase foi dita em um contexto em que o México se envolveu em uma revolta social que durou vários anos. Por esse motivo, a frase falada em 2018 colocou boa parte do país em alerta.

Em 2021, como presidente do México, Andrés Manuel López Obrador foi novamente à Convenção Bancária, onde garantiu aos investidores financeiros que sua administração simplificaria os procedimentos para que os empresários impulsionassem a atividade econômica.

Aos banqueiros, o presidente disse: “Garanto que você não mudará as regras para continuar operando sem obstáculos de qualquer tipo no mercado interno, que ninguém se confunda, sempre respeitaremos as empresas, os bancos do setor privado nacional e estrangeiro, repito, estamos em favor de fazer negócios no México, dentro da estrutura da Lei e com ganhos razoáveis. O que não é permitido é corrupção e influentismo, isso acabou”, disse o presidente.

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