A mudança climática é agora a “maior ameaça ao futuro e à segurança” da Austrália, disseram na quarta-feira altas figuras militares e especialistas do país.
O grupo, que inclui o ex-chefe das Forças de Defesa australianas, almirante Chris Barrie, alertou em uma carta aos líderes políticos do país que eles devem fazer do clima “uma prioridade imediata de segurança” antes das eleições federais de maio.
Veteranos de defesa e especialistas em segurança apontaram os incêndios do “verão negro” de 2019 e as recentes inundações que devastaram o leste da Austrália como exemplos de desastres climáticos que exigem que as tropas australianas sejam mobilizadas.
“A Austrália não tem uma política climática credível, o que deixa nosso país despreparado para os impactos crescentes”, afirma a carta.
Comentários semelhantes foram feitos esta semana pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que se referiu à Austrália como um país que não define medidas significativas de médio prazo para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
A Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de combustíveis fósseis, estabeleceu no ano passado uma meta de atingir zero emissões até 2050, mas não aumentou suas metas para 2030, apesar da pressão para fazê-lo durante a cúpula climática do ano passado em Glasgow.
Líderes militares e especialistas em defesa argumentaram na carta aberta que o clima e a segurança andam de mãos dadas e pediram aos políticos que “se comprometam a mobilizar os recursos necessários para enfrentar esse perigo claro e presente”.
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