A empresa Justo y Bueno é notícia por mostrar duas faces cruas da mesma crise. Por um lado, suas contas bancárias estavam sujeitas a embargo, o que é contrário à lei de insolvência que eles usaram. Por outro lado, seus trabalhadores estão protestando por não receberem salários e benefícios há mais de 45 dias.
É sabido que a conhecida cadeia de supermercados de baixo custo está passando por uma crise financeira que os deixou com pouca oferta e prateleiras vazias. Por esse motivo, a Superintendência de Empresas admitiu em 18 de janeiro deste ano a Lei 1116 de Recuperação de Negócios.
Os chefes da empresa disseram em comunicado que, embora estejam trabalhando para sair da insolvência e se considerarem uma empresa viável, seus esforços estão sendo prejudicados por ordens de apreensão em suas contas bancárias.
A carta diz que estão a realizar reuniões com “credores para comunicar o estado de recuperação operacional”, mas a recuperação é incompatível com o sufocamento judicial a que estão sujeitos, pelo que pedem “a solidariedade e o apoio necessários neste momento em que toda a cooperação é necessária. para continuar com o resgate”.
O arresto das contas seria a explicação para a situação precária que a folha de pagamento de Justo y Bueno enfrenta. A Sintramer J&B, associação sindical que reúne os trabalhadores da cadeia, publicou um comunicado na terça-feira denunciando o não pagamento de seus salários mais benefícios legais.
“Como o imenso portfólio comercial da empresa não teve uma solução positiva, eles agora usam a renda dos trabalhadores, independentemente de ser um dever constitucional da primeira ordem proteger o trabalho e a família”, diz a carta.
A organização dos trabalhadores destaca ainda que a empresa se beneficiou do auxílio financeiro do Programa Formal de Apoio ao Emprego (PAEF), mas que tal auxílio é negado aos funcionários.
O comunicado é acompanhado por uma série de protestos nas lojas da rede, acompanhados de placas com o título “desde fevereiro não recebemos salário”.
Outros foram mais longe e narraram através de suas redes sociais que lhes foi negada a prestação de serviços de saúde a seus familiares porque Justo y Bueno também deixou de pagar desemprego, ARL, EPS, fundos de compensação e assentamentos.
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