No domingo, 20 de março, um grupo de cinco homens encapuzados interrompeu uma eucaristia que estava sendo celebrada na Catedral Primaz de Bogotá, com arengas questionando o discurso de paz e amor que a Igreja Católica professa, o que provocou a rejeição de diferentes setores políticos, eclesiais e cidadãos que pediu respeito pelas celebrações religiosas e pelos locais onde elas são realizadas.
No entanto, esses eventos, que foram classificados por seus cineastas, a Rede de Artistas em Resistência, como uma “intervenção artística e performativa”, como afirmado em entrevista à mídia nacional El Espectador, não só permaneceram uma crítica aos discursos que são professados nas igrejas, mas foram denunciado por alguns políticos, que solicitam a acusação dos responsáveis.
Na terça-feira, 22 de março, o representante da Câmara do Centro Democrático, Christian Garcés, apresentou uma queixa criminal na Procuradoria-Geral da República por esse ato que ele descreveu como um “ataque à liberdade religiosa e uma violação dos direitos de milhões de paroquianos que foram atacados em suas crenças por tal explosão”.
“Sr. Procurador-Geral, como demonstrado neste documento, esta conduta é uma grave agressão ao direito penal cuja definição corresponde às seguintes infrações: Artigo 201. Violação da liberdade religiosa. Qualquer um que, por meio da violência, obrigue outro a realizar atos religiosos, ou o impeça de participar de uma cerimônia do mesmo tipo, ficará preso por dezesseis a trinta e seis meses”, disse o deputado do Valle del Cauca.
Ele também indicou que o artigo 202, que contempla o não cumprimento da cerimônia religiosa, qualquer pessoa que perturbe ou impeça a realização de cerimônia religiosa ou função de qualquer culto permitido, responsabilizando membros da 'Primeira Linha' e 'Blue Shields', coletivos que foram tornados visíveis durante as manifestações contra o governo nacional no ano passado.
Além disso, o conselheiro de Bogotá de Colômbia Justa Libres, Emel Rojas, informou que havia pedido ao procurador-geral, Francisco Barbosa, que processasse os responsáveis por esses atos na Catedral de Primada, que classificou como membros da 'Primeira Linha', apesar de ser um coletivo de artistas que atribuíram esses eventos, com o objetivo de “abrir um precedente para a proteção das comunidades religiosas”.
“Pedi ao promotor, formalmente, que agilizasse as investigações e processasse os responsáveis pela 'Primeira Linha' que estavam envolvidos nesses atos que obviamente constituem um tipo de ofensa criminal. E esse tipo de ofensa criminal interrompeu a liberdade de culto, que deve ser julgada e que um precedente seja estabelecido em Bogotá”, concluiu o vereador Rojas.
Por sua vez, a Arquidiocese de Bogotá apelou ao respeito pelos locais e celebrações religiosas, ao mesmo tempo que pede que sejam encontrados espaços para que tais manifestações ocorram sem violar os direitos de outros cidadãos.
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