Eles encontram uma nova espécie de cobra no Paraguai e alertam que ela já pode estar em perigo de extinção

Até agora, apenas três cópias foram identificadas no mundo. Cientistas alertaram que seu habitat está em uma área altamente ameaçada por humanos

Um artigo publicado recentemente na prestigiada revista científica Zoosystematics and Evolution revelou a descoberta da nova espécie de cobra que foi encontrada no Paraguai, especificamente no Departamento de San Pedro. Os autores da publicação são Paul Smith, Jean-Paul Brouard e Pier Cacciali, que nomeou o novo réptil Phalotris shawnella. Tendo sido detectados em apenas dois locais, altamente ameaçados pelos humanos, eles garantiram que essa nova espécie de cobra já estaria “em perigo” de extinção.

O grupo de cientistas descobriu a cobra como parte de um projeto realizado pela Fundação Para la Tierra, com a colaboração de Guyra Paraguay e do Instituto de Pesquisa Biológica do Paraguai, que consistiu em um trabalho de amostragem em San Pedro por cinco anos.

Até agora, apenas três espécimes da mesma espécie foram identificados no mundo. Dois apareceram em Laguna Blanca e o terceiro foi encontrado a 90 quilômetros a oeste, na colônia Volendam, no segundo departamento do país.

Paul Smith, zoólogo da Fundação Para La Tierra e pesquisador Proni do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (Conacyt), disse ao jornal paraguaio Última Hora que a primeira aparição foi cavando um poço em Laguna Blanca. “Nós imediatamente o reconhecemos como algo diferente e fomos procurar mais, porque para descrever uma espécie você precisa de mais de uma cópia e verificar se o que você tem não é um mutante ou algo assim”, explicou.

O comprimento dos vertebrados é de 45 centímetros, que o pesquisador descreveu como médio a pequeno (REUTERS)

O especialista explicou que os répteis do gênero Phalotris têm em comum o fato de viverem no subsolo e terem uma combinação particular de cores vermelha, preta e amarela. “O que torna este diferente é uma combinação de coisas. (...) A ruiva com gola amarela, faixa lateral preta e manchas na barriga, que tornam a espécie única”, disse.

O comprimento dos vertebrados é de 45 centímetros, que o pesquisador descreveu como médio a pequeno. Essas novas espécies continuam a ser encontradas em 2022, pois o autor demonstra o quão pouco conhecimento existe sobre a vida selvagem em todo o mundo e no Paraguai, particularmente.

Os autores consideram Phalotris shawnella uma espécie extremamente rara, então eles consideram que em seu artigo científico está em perigo iminente de extinção. “Não sabemos quase nada sobre sua ecologia, só temos duas observações que fizemos durante o período de cativeiro e isso porque são fósforos. Passamos cinco anos em Laguna Blanca, todos os dias, e só encontramos dois. É uma espécie rara e muito difícil de observar e estudar”, acrescentou.

Laguna Blanca foi nomeada Reserva Natural por um período de cinco anos, mas atualmente não tem proteção. A Fundação acredita que a preservação deste local deve ser observada como uma prioridade nacional de conservação (REUTERS)

Segundo o cientista, existem 15 espécies de Phalotris no mundo, das quais sete existem no país. No Paraguai, especialmente, existe uma grande diversidade desse gênero de cobras. Então, o Paraguai é um território importante para a conservação desse grupo pouco conhecido”b, acrescentou.

Das sete espécies que o país hospeda, três delas só foram encontradas no Paraguai, disse Smith. Dois com habitat no Departamento de San Pedro e um no Chaco. O especialista considera que Laguna Blanca é uma área especial que compartilha características com o Brasil central e por não ter proteção ambiental, exige que seja declarada área de conservação pelo governo para proteger essas espécies.

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