Empresa ucraniana oferece USD 1 milhão a pilotos russos em troca da entrega de seus caças

É a empresa estatal Ukroboronprom e também oferece cidadania de “um país livre” para aqueles que se rendem junto com suas aeronaves. A oferta é estendida aos helicópteros, embora neste caso o valor a ser pago seja menor

A fabricante estatal ucraniana de armas Ukroboronprom encontrou uma maneira de tentar despojar a máquina de guerra Rússia que atualmente pune o pequeno país europeu, que, se bem sucedido, também lhe permitiria equipar suas forças armadas, precisando de aeronaves.

O consórcio estatal anunciou que pagaria um milhão de dólares americanos a qualquer pessoa que capturasse e entregasse uma aeronave militar russa pronta para combate armado. A chamada não se limitou a cidadãos ucranianos e militares, mas estendeu-se principalmente a “pilotos russos que querem mudar de lado”, segundo a Reuters.

“Para os pilotos da Federação Russa prontos para participar do programa, garantimos a emissão da cidadania de um país livre!” , disse Ukroboronprom, acrescentando que “a oferta é válida até a vitória, a vitória da nação mais forte do mundo: a Ucrânia”.

Também oferece meio milhão de dólares para cada helicóptero de combate russo sequestrado ou entregue. (Dmitry Pichugin/Wikipédia)

Além de oferecer USD 1 milhão em troca de aeronaves de combate russas, a estatal ucraniana disse que também pagará US $500.000 por cada helicóptero militar operacional apreendido das Forças Aeroespaciais Russas. “Você e sua família podem se tornar pessoas ricas, que não serão mais obrigadas a cumprir ordens criminais. Você pode se tornar livre e rico”, diz a declaração dirigindo-se aos russos e buscando persuadi-los.

A estratégia da empresa ucraniana é tentar os militares russos a se renderem e, assim, não apenas reduzir as forças inimigas, mas também aumentar o poder militar da Ucrânia. A própria Ukroboronprom afirmou em um comunicado dias atrás que, apesar do ataque da Rússia à maioria de suas oficinas, eles continuam a “fortalecer as capacidades de defesa do melhor e mais poderoso exército do mundo: as Forças Armadas da Ucrânia”. No mesmo texto, eles declaram estar consertando seus equipamentos militares, bem como os “veículos troféus” russos que recuperaram.

Já para os pilotos russos, a oferta representa a possibilidade de deixar a guerra para trás e recomeçar em outro país. Claro, com uma grande conta bancária para cobrir o inconveniente.

A Ukroboronprom, empresa militar que fez essa oferta marcante, já havia aparecido em cena quando confirmou a perda de 'Mriya', a maior aeronave do mundo, também conhecida como Antonov An-225. A destruição deste aparato único foi lamentada não apenas pelo governo e pelo povo ucraniano, orgulhosos de serem os proprietários desta maravilha da engenharia, mas por todos os entusiastas da aviação, porque era uma aeronave famosa e incomparável.

Na época, conforme relatado pela Infobae, a empresa responsável pelo controle do complexo militar-industrial que a Ucrânia herdou da União Soviética (URSS) não apenas confirmou as suspeitas de que o An-225 havia sido destruído durante uma batalha entre helicópteros no aeroporto Hostomel, mas também garantiu que a reconstrução já estava sendo considerado. De acordo com o que eles afirmaram, seriam necessários mais de 5 anos de trabalho e um investimento de 3 bilhões de dólares americanos. “Nossa tarefa é garantir que esses custos sejam cobertos pela Federação Russa, que causou danos intencionais à aviação e ao setor de carga aérea da Ucrânia”, disseram eles da Ukroboronprom.

Enquanto isso, o conflito tem quase um mês e o bombardeio na Ucrânia não cessa. Nas últimas horas, um toque de recolher de 35 horas entrou em vigor na capital Kiev, depois que projéteis russos atingiram o shopping Retroville e mataram pelo menos oito pessoas.

As mortes de ambos os lados estão a acumular-se e Vladimir Putin continua a não aceitar o pedido de Volodymyr Zelensky para realizar uma reunião “em qualquer formato”, crucial, segundo o presidente ucraniano, para acabar com a guerra que está no véu do mundo.

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