Na segunda-feira, 22 de fevereiro, a Controladoria Geral da República alertou sobre a grave situação do desmatamento na Colômbia e considerou urgente “deter esse massacre ambiental, que resulta em cerca de 170.000 hectares de floresta sendo derrubados a cada ano, em média”.
De acordo com o Delegado da Controladoria para o Meio Ambiente, Gabriel Jurado, 500 hectares de floresta são cortados diariamente na Colômbia.
O cão de guarda considera essa situação “muito grave”, pois está rompendo com os ciclos de conectividade biótica de todos esses ecossistemas e, consequentemente, danos irreparáveis estão sendo gerados ao meio ambiente.
“A questão das mudanças climáticas está nos atingindo e cerca de 60% das emissões de CO2 emitidas no país são resultado desses processos de desmatamento, principalmente por causa das queimadas que estão sendo feitas”, enfatizou o Delegado Ambiental.
Por esse motivo, e através do exercício de controle concomitante e preventivo, a Controladoria Geral da República monitora constantemente o funcionamento, tarefas e atividades realizadas pelo Conselho Nacional de Combate ao Desmatamento (Conaldef).
De acordo com a meta estabelecida no Plano Nacional de Desenvolvimento “Pacto pela Colômbia, Pacto pela Equidade”, até 2022 existe um plano para reduzir o desmatamento em 30% em relação ao cenário atual, e o CGR está se concentrando em atingir esse objetivo e garantir que esse progresso seja apoiado e evidenciado por figuras claras e concretas.
Como parte de suas atividades de monitoramento, a Controladoria coleta e analisa informações sobre a situação do desmatamento na Colômbia, incluindo o relatório oficial de desmatamento do IDEAM (anos 2018 a 2020), avaliando também os alertas emitidos por essa entidade durante o mesmo período de tempo.
No olho do cão de guarda também estão as ações realizadas pelas autoridades ambientais e, em geral, os resultados em termos de diminuição do fenômeno e investimento de recursos financeiros.
Na Colômbia, 65% do desmatamento está concentrado na Amazônia colombiana. Nos anos anteriores, o CGR avaliou o cumprimento das obrigações relacionadas ao controle do desmatamento nessa área pelo Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, as Corporações Autônomas que têm jurisdição na região e os Parques Naturais Nacionais da Colômbia.
Algumas situações que foram evidenciadas pela auditoria a esse respeito (lançada em 2020) são as seguintes:
Os planos e políticas nacionais não são totalmente implementados ou são implementados tardiamente. Ou, igualmente, eles não estão avançando da maneira que é prevista ou exigida.
Há uma baixa alocação de recursos pelo Estado e uma maior presença de financiamento para a cooperação internacional, gerando fracas fontes de financiamento.
Da mesma forma, fragilidades foram evidentes no manejo e controle das licenças de uso florestal concedidas pelas autoridades ambientais.
E um relatório de uma auditoria mais recente da Controladoria (Compliance), sobre o desmatamento em Chocó revela fragilidades no controle, vigilância e monitoramento da mobilização dos recursos florestais madeireiros explorados neste departamento.
Deficiências também foram encontradas no procedimento ou procedimento para emissão de licenças de uso florestal, concedidas pela mesma Corporação na vigência de 2018, 2019 e 2020. E há fragilidades no desenvolvimento de processos sancionatórios ambientais, relacionados ao desmatamento em Chocó.
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