A Convenção Constitucional, que elabora uma nova carta magna para o Chile que busca substituir o legado pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), aprovou esta terça-feira a prorrogação do prazo de seus trabalhos por três meses.
De acordo com seus estatutos, o órgão tinha nove meses para redigir a nova Constituição, que expira em 4 de abril. A Convenção tem o poder único de estender seu trabalho por mais três meses.
“Hoje estamos ativando a extensão constitucional que nos permite estender o prazo de operação desta Convenção por mais três meses, até a conclusão de um ano de trabalho”, disse sua presidente, María Elisa Quinteros, ao fazer uma conta pública.
Dessa forma, em 5 de julho, ele deve apresentar ao presidente Gabriel Boric uma proposta de texto constitucional, que será submetida a um plebiscito.
A Convenção, o meio institucional com o qual o Chile canalizou os violentos protestos sociais que eclodiram em 18 de outubro de 2019, foi instalada em 4 de julho do ano passado.
Inicialmente com 155 membros, era o único no mundo de igual caráter e incluía 17 assentos reservados para os povos indígenas.
Na semana passada, porém, foi aceita a renúncia do membro Rodrigo Rojas, que em sua campanha eleitoral mentiu para alegar sofrer de câncer grave.
Em seus 261 dias úteis até o momento, a sessão plenária conseguiu aprovar 135 normas contidas em 84 artigos, que serão incorporados ao rascunho da Nova Constituição.
Entre as normas mais controversas, destaca-se aquela que consagra a possibilidade de aborto, no âmbito do direito de decidir de forma livre, autônoma e informada sobre o próprio corpo.
Os artigos aprovados até o momento receberam uma média de 122 votos, representando 80% dos membros. Para que eles sejam incluídos no projeto de Constituição, eles precisam de dois terços dos votos do plenário.
“Conseguimos terminar em 5 de julho?” , perguntou Quinteros, e então respondeu: “Nós vamos conseguir isso. E sim, vamos aprová-lo. Essa é a minha convicção mais profunda.”
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