CIDH pede a Cuba que evite “julgamentos injustos” por protestos após sentenças de 11-J

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu a Cuba que evitasse “julgamentos injustos” daqueles que participam de protestos sociais, depois de expressar sua “preocupação” com sentenças de até 30 anos de prisão para aqueles que participaram das manifestações de julho passado na ilha.

A CIDH, órgão da OEA, “expressa preocupação com a condenação em primeira instância de 128 pessoas que participaram de protestos em 11 de julho”, com sentenças que variam de quatro a 30 anos de prisão anunciadas em 16 de março, disse ele segunda-feira no Twitter.

“É obrigação do Estado tomar as medidas necessárias para evitar que aqueles que legitimamente reivindicam seus direitos por meio de protesto social sejam submetidos a julgamentos injustos ou infundados”, acrescentou, instando Cuba a “garantir o devido processo legal”, incluindo “o direito de recorrer à sentença perante um tribunal superior”.

Na terça-feira, Stuardo Ralón, um dos sete comissários da CIDH e responsável pelo monitoramento de Cuba, condenou as decisões.

“Como relator da CIDH para Cuba, expresso minha condenação às penas desproporcionais que foram impostas aos cidadãos da ilha por exercerem seu direito de demonstrar e exigir liberdades e democracia”, disse ele no Twitter.

A CIDH já havia feito um alerta para Cuba em 16 de fevereiro, em um comunicado no qual também expressou sua “preocupação” com as pessoas ainda detidas por participarem dos protestos de julho, que totalizaram mais de 700, e exigiu que Cuba fosse libertada.

Manifestações massivas ocorreram em 11 e 12 de julho de 2021 em toda Cuba, onde a revolução de Castro de 1959 estabeleceu um regime de partido único, o comunista. De acordo com o Gabinete de Defesa dos Direitos Humanos Cubalex, com sede em Miami, os protestos deixaram um morto, dezenas de feridos e 1.377 presos.

Em 16 de março, o Supremo Tribunal Popular (TSP) de Cuba, a mais alta autoridade judicial da ilha, informou sobre 129 pessoas processadas por manifestações em dois bairros de Havana. Dos 128 considerados culpados, dois foram condenados a 30 anos de prisão e dezenas, a mais de 20 anos e mais de 10 anos. Eles ainda estão qualificados para apelar.

Cuba foi suspensa da OEA em 1962, mas essa sanção foi levantada em 2009. Até agora, Havana não pediu sua reintegração no bloco regional, para o qual deveria assinar a Carta Democrática Interamericana. A CIDH afirma que sua competência para monitorar o respeito pelos direitos humanos em todo o continente inclui Cuba.

ad/ll

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