A Argentina ganhou uma extensão de seu acordo com o Clube de Paris na terça-feira que permitirá adiar um pagamento iminente de cerca de US $2 bilhões, pouco antes de o Fundo Monetário Internacional votar em um novo programa de crédito para este país.
“Antes da votação do Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional, o ministro da Economia, Martín Guzmán, realizou uma reunião com o presidente do Clube de Paris, Emmanuel Moulin, na qual as partes concordaram com uma nova extensão do entendimento alcançado em junho de 2021", disse um comunicado oficial terça-feira.
No ano passado, a Argentina concordou com o Clube de Paris em adiar o pagamento de cerca de US $2 bilhões pendentes até 31 de março de 2022, enquanto negociava o reescalonamento de sua dívida com esse órgão multilateral.
Esse pagamento corresponde à última parcela de uma dívida que a Argentina já havia renegociado em 2014.
“O acordo inclui garantias financeiras do Clube de Paris em apoio ao programa Extended Facilities que dura trinta meses, permitindo que a Argentina assegure as fontes financeiras identificadas no acordo com o FMI”, disse o Ministério da Economia.
O parlamento argentino acaba de aprovar um programa estendido de instalações com o FMI para reestruturar sua dívida de US $45 bilhões, que o conselho desse órgão deve avaliar nesta sexta-feira em Washington.
“Durante a duração do programa, a Argentina fará pagamentos parciais aos associados do Club (Paris) proporcionalmente aos feitos a outros credores bilaterais”, acrescentou o comunicado.
Assim que o acordo for ratificado pelo conselho do FMI, a Argentina receberá um primeiro desembolso de cerca de US $9,8 bilhões, o que permitirá que um vencimento de cerca de US $2,9 bilhões seja reembolsado até 31 de março e fortalecerá as reservas internacionais.
Embora as reservas brutas da Argentina sejam de cerca de US $37 bilhões, as reservas líquidas estão em níveis tão críticos que não permitem pagamentos pendentes ao Clube de Paris e ao FMI, de acordo com o Banco Central.
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