“A solução não é matar o nascituro”: Enrique Gómez vai reformar a descriminalização do aborto se for presidente

O candidato presidencial do Movimento Nacional de Salvação disse à Infobae Colômbia sua posição sobre a interrupção da gravidez e questionou o que chama de suposto “movimento do aborto” no país.

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Colombian presidential candidate Enrique Gomez attends a presidential debate on national television in Bogota, Colombia March 21, 2022. REUTERS/Luisa Gonzalez
Colombian presidential candidate Enrique Gomez attends a presidential debate on national television in Bogota, Colombia March 21, 2022. REUTERS/Luisa Gonzalez

Na Colômbia, desde fevereiro de 2022, é legal que uma mulher interrompa a gravidez até a 24ª semana de gestação. Isso foi definido pelo Tribunal Constitucional em uma decisão que levantou celebrações e críticas. De fato, uma das vozes contra essa decisão é o candidato presidencial de hoje, Enrique Gomez.

Ele foi uma tendência durante e após o debate presidencial do conglomerado RCN, nesta segunda-feira, 22 de março. Recorde-se que Gómez aspira à Presidência para o Movimento Nacional de Salvação e que, no último fim de semana, deu uma entrevista a Infobae Colombia, no qual anunciou sua posição veemente sobre a descriminalização do aborto.

Quando questionado sobre quais ações tomaria em relação à interrupção da gravidez até a 24ª semana de gravidez, Gómez garantiu que, se chegasse ao poder, revogaria essa decisão por meio de uma “reforma constitucional” e, como disseram outros políticos de direita, acredita que o aborto “leva a irresponsabilidade”.

Enrique Gómez, neto do ex-presidente colombiano Laureano Gómez, busca chegar à presidência da Colômbia sem alianças e com um movimento político renascido recentemente. Arquivo Colprensa.
Enrique Gómez, neto do ex-presidente colombiano Laureano Gómez, busca chegar à presidência da Colômbia sem alianças e com um movimento político renascido recentemente. Arquivo Colprensa.

Por meio dessa reforma, o sobrinho do político conservador assassinado Álvaro Gómez Hurtado procura garantir “que a vida seja inviolável desde a concepção até a morte natural”; além disso, eliminará “qualquer ambiguidade que permita ao Tribunal legalizar o assassinato de crianças que estão prestes a nascer. Foi uma loucura o que aconteceu aqui e essa é a nossa agenda na questão pró-vida,” Gomez disse à Infobae, por sua vez, questionando casais que concebem bebês sem levar em consideração os métodos de planejamento existentes.

As declarações de Enrique Gómez podem ser consideradas controversas pela opinião pública e pelos chamados pró-aborto, uma vez que o requerente considera que “o bebê está no corpo da mulher, mas não faz parte do corpo da mulher” e é por isso que o Estado colombiano deve fornecer todas as garantias para ser esse.

-O bebê- é outro ser diferente e é um ser valioso para a sociedade em um nível ético, moral e legal. Essa posição para nós de que se pode decidir matar outro é o começo do fim dos valores e da destruição da sociedade”, acrescentou.

Até o diretor do Salvation Nacional acredita que na Colômbia existe um movimento de aborto que, supostamente, se aproveitou da promoção de clínicas de aborto no país e é por isso que, se vencer as eleições, tornará o aborto legal apenas sob os três motivos acima expostos: perigo à saúde física ou mental das mulheres; malformação do feto e casos de acesso carnal violento.

“Trauma psicológico como base para assassinar uma criança que está prestes a nascer. (...) Não acho que a clandestinidade seja o fator que está afetando essas mães. Esse é o cavalo de Tróia que gerou o movimento do aborto no país”, diz a candidata, que atribui o aumento da gravidez na adolescência a um truísmo:

Ele chegou a anunciar as estratégias que faria em relação ao aborto e às mulheres que propõem essa alternativa para não ser mãe. “A solução não é matar quem está prestes a nascer. O que você precisa é dar gerenciamento de TI. Devemos apoiar essas mulheres que têm gravidez na adolescência ou na pré-adolescência. Nem as mulheres mais velhas podem vir a dizer agora que não são responsáveis por sua sexualidade e por isso têm o direito de assassinar a vida que está aqui dentro de seus corpos”, disse ela.

A entrevista completa aqui.

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