A cesta básica de alimentos na Venezuela custou 455 dólares em fevereiro, um aumento de 61% em relação a um ano atrás, de acordo com informações divulgadas na segunda-feira pelo centro Cendas-FVM, órgão independente que fornece esses dados na ausência de números oficiais.
De acordo com o Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores (Cendas-FVM), em fevereiro de 2021, uma família média de cinco pessoas precisava de uma média de US $282 para atender às suas necessidades mínimas de alimentação por meio da cesta.
Ou seja, agora, os venezuelanos exigem 173 dólares há mais de um ano para comprar os mesmos produtos, fato que reflete o aumento do custo de vida em divisas no país, que até dezembro passado experimentou hiperinflação que pulverizou o valor da moeda local, o bolívar, e isso abriu as portas para um processo de dolarização informal cobrindo mais de 50% das transações, de acordo com estimativas de empresas privadas.
No entanto, vários especialistas em economia argumentam que a maioria dos venezuelanos não tem acesso contínuo e significativo à moeda.
“Na Venezuela, os preços também aumentam em dólares. Apesar de a taxa de câmbio ter caído em relação a janeiro, a cesta, em suma, em dólares está aumentando. O marcador de preço, por muito tempo, é o dólar”, disse o diretor da Cendas, economista Oscar Meza, à agência noticiosa EFE.
Ele afirmou que, para cobrir o custo da alimentação, era necessário o equivalente a 300 salários mínimos, que em fevereiro era de 7 bolívares (1,5 dólares na época) e que, a partir desta segunda quinzena de março, passou para 130 bolívares (30 dólares), por ordem do ditador Nicolás Maduro.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) não publica o custo da cesta alimentar desde 2014, o que, segundo especialistas, faz parte de uma “política de opacidade” por parte das agências, que também não publicam outros indicadores como atividade económica e pobreza.
(Com informações da EFE)
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